Joe Biden vai ao Texas “se isso não sobrecarregar as pessoas”

Presidente dos Estados Unidos declarou estado de emergência para permitir mais ajuda quando o estado enfrenta falhas no acesso a água devido a uma tempestade e frio extremo.

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O supermercados quase não têm água nem comida GO NAKAMURA/Reuters
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Muitas pessoas que regressaram a casa depararam-se com canos rebentados ou outros problemass e outros danos CALLAGHAN O'HARE/Reuters

O Presidente norte-americano, Joe Biden, aprovou este sábado uma declaração de emergência para o Texas, que enfrenta uma forte tempestade que deixou o estado com enormes problemas de fornecimento de electricidade e de água. A tempestade, e o frio extremo, provocaram mais de 20 mortes.

Esta declaração permite o acesso a mais ajuda federal para os habitantes do estado, por exemplo para alojamento temporário, reparações em casa e ainda empréstimos de baixo custo.

Biden planeia ainda visitar o estado para ver melhor a resposta de emergência, “se puder fazê-lo sem sobrecarregar as pessoas”, declarou.

“Como disse quando concorri, vou ser um presidente para todos os americanos”, disse Joe Biden, que venceu as eleições sem ganhar o Texas, onde Donald Trump foi mais votado.

A Casa Branca está a trabalhar de modo próximo com o governador do estado, Greg Abbott, um dos republicanos que tentou desafiar em tribunal a vitória de Biden.

Milhões de pessoas no maior produtor de petróleo e gás dos EUA têm estado a sofrer com falta de fornecimento de energia e quase metade com falhas na rede de distribuição de água, depois de as temperaturas terem atingido mínimos dos últimos 30 anos, chegando a -18ºC durante esta semana.

Entre as vítimas, há pessoas que morreram em acidentes de trânsito ou por excesso de monóxido de carbono a tentar aquecer-se com automóveis a trabalhar ou geradores no interior, segundo o jornal Houston Chronicle.

Na maior cidade do estado, Houston, os habitantes são aconselhados a ferver a água, já que mesmo que a filtrem, ela pode não estar apta a ser consumida, avisa o Centro para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).

Está em curso a distribuição de água potável e ainda de geradores, para quem precise, e responsáveis dizem que não é possível prever ainda quando haverá de novo água potável, já que ainda estão a ser avaliados os danos nas redes.

Nos supermercados a água engarrafada desapareceu das prateleiras e os supermercados impuseram limites à quantidade de comida que cada pessoa pode levar, diz o Washington Post.

Também há casos de pessoas que tiveram de deixar as suas casas por não terem energia para o aquecimento nem água começaram a voltar para encontrar canos rebentados, inundações, tectos caídos, descreve o jornal norte-americano.

Na sexta-feira, apesar de já terem retomado o funcionamento todas as centrais eléctricas do estado, ainda havia cerca de 180 mil casas, lojas e escritórios sem electricidade, aponta a televisão britânica BBC. No início da semana, chegaram a ser 3,3 milhões.

Cerca de 13 milhões de pessoas, perto de metade da população do Texas, teve problemas no acesso a água quando muitos canos sofreram danos com as baixas temperaturas. Em Austin, por exemplo, perderam-se milhões de litros de água em canos que rebentaram, disse o director de recursos de água da capital, citado pela BBC.

As duas perguntas que estão a ser feitas com maior frequência, nota o Washington Post, são porque é que isto aconteceu e quem vai pagar.

“Sabemos que isto é intolerável”, disse Abbott numa conferência de imprensa na sexta-feira.

No Congresso, os democratas criticaram Abbott, acusando o executivo do estado de não ter fortalecido a rede de distribuição eléctrica.

“Teria sido possível evitar isto, mas durante anos os republicanos ignoraram o facto de a rede de electricidade no Texas não ter capacidade para funcionar com temperaturas extremamente baixas”, disse o congressista democrata Marc Veasey, citado pela Reuters. “Agora temos relatos de que a rede esteve a apenas minutos, ou mesmo segundos, do colapso total.”

Quanto a quem irá pagar, o Conselho de Seguros do Texas, que representa seguradoras, disse que este vai ser o acontecimento com mais pedidos às seguradoras da história do Estado.

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