PSD pede um plano para o desconfinamento “gradual”

Rui Rio juntou-se a Marcelo Rebelo de Sousa e pede um plano para desconfinar as escolas.

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PSD quer desconfinamento planeado e por etapas Nelson Garrido

O presidente do PSD juntou nesta sexta-feira a sua voz à do Presidente da República e lembrou o Governo que é necessário preparar um plano para o desconfinamento do país, incluindo para o regresso ao ensino presencial. Para Rui Rio, a abertura deve ser progressiva e ter em conta indicadores científicos.

“[O desconfinamento] deve ser gradual. Nós confinámos de forma gradual. E aí foi mal: devíamos ter entrado mais forte e mais à bruta. Já na saída, acho o contrário, que deve ser com gradualismo e não deve ser num dia estar tudo e no outro dia não estar nada”, defendeu Rui Rio, em declarações aos jornalistas, na mesma conferência de imprensa em que pediu o adiamento das eleições autárquicas por dois meses.

Ressalvando que esta é essencialmente uma questão científica, o social-democrata considerou que o poder político tem de ouvir e obedecer “à lógica científica" e só depois assumir as suas responsabilidades. Nesse sentido, disse tender a concordar com o primeiro-ministro, para quem o desconfinamento só pode acontecer quando for atingido um determinado indicador.

No final do Conselho de Ministros, na quinta-feira, António Costa disse: "Na última reunião do Infarmed, um dos cientistas [Manuel Carmo Gomes] propôs três marcas fundamentais que deveriam servir como linha vermelha para se decretar confinamento (e não linhas verdes para lhe pôr fim). Por isso, pedi aos nossos cientistas um esforço de consensualização científica sobre aquilo que devem ser os níveis relativamente aos quais as medidas devem ser adoptadas.”

Questionado pelos jornalistas, Rio admitiu, contudo, que esse indicador devia já ter sido definido pelo Governo, com base na opinião dos especialistas, ainda que concorde que neste momento não é possível apontar uma data para iniciar o desconfinamento. “Não se pode exigir isso porque não sabemos quando esse número será atingido”, afirmou.

O líder social-democrata defendeu que o Governo tem também de preparar um plano para o regresso ao ensino presencial, definindo uma meta.

“Quando atingirmos um R de x ou um número de infectados de y, aí abrimos até aos 12 anos, por exemplo. Não há nada como planear e pensar as coisas bem”, explicou, salientando que a questão da abertura das escolas é “determinante nas redes de contacto”.

Numa entrevista à Renascença, esta manhã, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou que as provas de aferição de Educação Física e de Expressões Artísticas foram canceladas e os exames nacionais adiados.

Na seu novo decreto do estado de emergência, Marcelo Rebelo de Sousa também pediu um plano para o regresso à escola. “Deve ser definido um plano faseado de reabertura das escolas com base em critérios objectivos e respeitando os desígnios de saúde pública”, lê-se no decreto.

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