Efacec analisa “todas as opções legais” para contestar anulação de concurso ganho na Noruega

Empresa portuguesa, vencedora do concurso, diz não aceitar decisão, tomada depois de uma queixa de empresa concorrente.

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Nelson Garrido

A Efacec confirmou esta sexta-feira ter recebido uma comunicação a informar o cancelamento de um concurso para a construção de uma central de biogás, na Noruega, cerca de um mês depois de ter sido declarada vencedora. A empresa contesta a anulação, que surge depois de uma queixa apresentada por uma empresa concorrente, garantindo que se encontra “a analisar todas as opções legais para recorrer desta decisão”. O valor do concurso ascendia a 21 milhões de euros.

“A Efacec cumpriu com todos os requisitos solicitados na fase de concurso pela NRA [empresa pública norueguesa] e pelos seus consultores independentes, tendo sido seleccionada com base na sua experiência e competitividade”, adianta a empresa portuguesa a respostas colocadas por vários órgãos de comunicação social.

Segundo o jornal norueguês E24, citado pelo Jornal de Negócios, a anulação do concurso foi justificada com o facto de a vencedora não ser “suficientemente sólida do ponto de vista financeiro”.

Recorde-se que, neste momento, a Efacec é controlada em 71% pelo Estado português, encontrando-se em fase de reprivatização.

A Efacec destaca que “foi a empresa responsável pela construção da maior central de biogás na Europa (mais concretamente na Dinamarca) e encontra-se neste momento a desenvolver projectos de muito maior envergadura e complexidade das do projecto solicitado pela NRA em várias regiões do globo”. Acrescentando que “não deixa de ser estranho, igualmente, o facto da queixa da empresa concorrente da Efacec, que originou esta situação, ter sido desestimada pela entidade reguladora dos concursos públicos norueguesa – KOFA – e mais ainda pelo facto da NRA ter defendido a escolha da Efacec publicamente”.

A Efacec, que passou para a esfera pública na sequência da saída da empresária angolana Isabel dos Santos, investigada em Portugal e em Angola no âmbito de vários processos, com consequente arresto de bens, destaca “o backlog sólido de projectos e encomendas firmes dos seus clientes superior a 500 milhões de euros em todas as suas áreas de negócio”.

Lembra ainda que, “particularmente na região da Escandinávia, onde está a operar de forma contínua e em projectos de grande relevo desde 2009”, construiu “uma reputação de empresa de engenharia e tecnologia de referência, onde se destaca a excelência e o expertise dos seus recursos humanos, assim como a fiabilidade da sua tecnologia. Reputação essa que defenderá até às últimas consequências, pelo respeito por todos os seus colaboradores, parceiros, clientes, fornecedores e accionistas”, conclui.

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