Madlib e os sons camuflados

Madlib é humanamente incapaz de ser medíocre, mesmo quando não está a fazer nada de necessariamente revolucionário. Sound Ancestors, o novo álbum, é por vezes surpreendentemente nostálgico, frequentemente evocativo e raramente desinteressante.

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Madlib já fez o que tinha a fazer para cimentar o seu legado Roberto Flores

Otis Jackson Jr., ou Madlib, nome pelo qual o beatmaker ficará eternizado no panteão do hip-hop, já produziu os discos da sua vida. Madvillainy (2004), que criou com MF DOOM, icónico rapper britânico cuja morte em Outubro de 2020 a família só revelou na passagem de ano, será para sempre a sua obra-prima. Depois disso, a luta pelos restantes lugares do pódio tem muitos concorrentes: por um lado, há Shades of Blue (2003), colecção de remisturas em que o californiano revisitou o arquivo da Blue Note, e os álbuns do projecto Quasimoto, em que mastiga beats para o alter-ego Lord Quas, rapper de voz aguda; há também quem defenda Champion Sound (2003), disco em que trabalhou com o igualmente lendário J Dilla, que viria a falecer menos de três anos depois do lançamento; não menos argumentos têm Piñata (2014) e Bandana (2019), os dois álbuns de estúdio até agora feitos com Freddie Gibbs (Montana, o capítulo final da trilogia, estará a caminho).

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