Rui Rio quer divulgação diária do número de vacinas administradas

O Presidente da República está a ouvir hoje os maiores grupos parlamentares com vista à renovação do estado de emergência.

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Rui Rio quer mais transparência sobre vacinas LUSA/ESTELA SILVA
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Catarina Martins (BE) LUSA/MÁRIO CRUZ

O líder do PSD está preocupado com a forma como está a ser executado o plano de vacinação contra a covid-19 e levou ao Presidente da República a sugestão de que passem a ser divulgados, no boletim diário da pandemia, o número de vacinas administradas em cada dia.

“A vacinação não está a correr com a disciplina e a organização necessárias”, afirmou Rui Rio, para defender maior transparência na informação sobre esse processo. “Tem de haver um controlo muito grande para não haver abusos, mas também para que o país possa ter a noção” da população que vai sendo imunizada.

Questionado sobre esta proposta, o secretário-geral-adjunto do PS mostrou-se de acordo, de forma geral. “A informação pública é sempre mito relevante e contribui para a consciência pública da nossa responsabilidade enquanto comunidade”, disse José Luís Carneiro mais tarde aos jornalistas.

Outra preocupação do presidente do PSD prende-se com as notícias que dão conta da redução do stock de vacinas contra a covid-19 destinadas à segunda dose: “Fiquei preocupado porque, na ânsia de querer vacinar mais gente, se houver falhas de fornecimento vamos falhar mais à frente, na altura da segunda dose”, afirmou. Se isso acontecer, acrescentou, “estamos a deitar fora primeiras doses”.

Questionado sobre a decisão do Governo de incluir os titulares de órgãos de soberania nos grupos de vacinação prioritária, Rio pede bom-senso e equilíbrio: “Discordo da demagogia de se decidir não vacinar nenhum titular de cargo político. Hoje temos vários ministros infectados, se amanhã for o primeiro-ministro e não puder trabalhar, o que ganhámos com isso?”

Para Rio, “o governo falhou à primeira quando não quis vacinar ninguém e falha à segunda quando quer vacinar todos os órgãos de soberania”. Defende que “quem está em cargos nevrálgicos do combate à pandemia deve ser vacinado”, mas não é o caso dos juízes, nem dos deputados, nem dele próprio: “O PSD pode continuar a trabalhar sem mim, mas se entenderem que devo ser, também não vou fazer demagogia”.

No campo da saúde, Rio defendeu junto do Presidente da República que se peça a colaboração de médicos e enfermeiros reformados para combater a pandemia e no campo da educação congratulou-se com a certeza de que o decreto vai permitir o ensino à distância.

PCP quer vacinação mais rápida

Preocupado com a vacinação está também o PCP, mas sob outro ponto de vista. O secretário-geral, Jerónimo de Sousa, defendeu junto do Presidente da República que se deve acelerar o processo de vacinação contra a covid-19 a toda a população, “recorrendo, se necessário, à diversificação da sua aquisição” de forma a não ficar dependente de eventuais problemas com as farmacêuticas que têm acordos com a União Europeia (UE). Uma sugestão que remete para a Sputnik 2, a vacina russa que está a ser adquirida por países de outros continentes, mas não na Europa.

Mas tal como Rui Rio, Jerónimo de Sousa afirmou quer esperar pela sua vez e não ser vacinado como deputado, mas sim como cidadão. De resto, repetiu aquilo que tem vindo a dizer após sucessivas rondas de audiências com Marcelo. Disse que é preciso “responder decididamente às medidas de reforço do Serviço Nacional de Saúde”, bem como “garantir uma efectiva protecção sanitária nos locais de trabalho e no transporte de todos aqueles que têm de ir trabalhar todos os dias”.

Reivindicou também “o apoio, a protecção social e salvaguarda das remunerações a 100% para os trabalhadores, dos direitos daqueles em situação de teletrabalho”, como a assistência à família, a par de respostas para “milhares de pequenas empresas” e uma “aposta no investimento público”, que ajude à dinamização económica. Com Lusa

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