FC Porto tem 2,7 milhões de razões para levar a sério o Olympiacos

Impedindo o clube grego de chegar ao triunfo, os “dragões” não só engordam os cofres como estarão a ajudar o grande portista Villas-Boas, sedento de uma “escorregadela” dos helénicos nesta última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.

olympiacos,futebol,desporto,fc-porto,liga-campeoes,futebol-internacional,
Fotogaleria
Jogadores portistas sorridentes no treino pré-Olympiacos LUSA/FERNANDO VELUDO
olympiacos,futebol,desporto,fc-porto,liga-campeoes,futebol-internacional,
Fotogaleria
FC Porto trabalha no Olival LUSA/FERNANDO VELUDO
olympiacos,futebol,desporto,fc-porto,liga-campeoes,futebol-internacional,
Fotogaleria
Sérgio Conceição orienta mais um treino do FC Porto LUSA/FERNANDO VELUDO

Impossível chegar ao primeiro lugar e impossível descer ao terceiro. É neste contexto que o FC Porto joga nesta quarta-feira, na Liga dos Campeões, frente ao Olympiacos, em jogo do já decidido grupo C. Partida irrelevante? Longe disso. Em disputa estão 2,7 milhões de euros, prémio que uma equipa recebe por vencer um jogo na Champions. O ganho desportivo pode ser nulo, mas o financeiro é impossível de ignorar.

Na Grécia, a equipa de Sérgio Conceição terá pela frente uma formação que, ao contrário dos “dragões”, não joga apenas pelas “notas” – para os gregos, há objectivos desportivos a cumprir.

Com três pontos conquistados no grupo C, a equipa treinada pelo português Pedro Martins está em igualdade pontual com o Marselha do também português André Villas-Boas. Em jogo está um terceiro lugar que garante bilhete para a Liga Europa.

E nisto há um simbolismo curioso: impedindo o Olympiacos de chegar ao triunfo que lhe garante a Liga Europa, os “dragões” estarão a ajudar o grande portista Villas-Boas, cuja vitória ou empate frente a um tranquilo Manchester City, em Inglaterra, significará, nesse cenário, a ida para a “segunda divisão” europeia.

Na antevisão da partida, Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, disse que não quer a equipa a pensar nos milhões que pode ganhar, mas em ter o compromisso e o apreço pelo prestígio que se exigem a qualquer jogador do clube.

“Quando o árbitro apitar, não vamos pensar se estamos qualificados ou nos milhões. Nem a feijões gostamos de perder, quanto mais para a Liga dos Campeões. Vamos à Grécia para fazer o melhor, que é tentar conseguir a vitória. É um jogo de prestígio”, disparou.

Frente ao Olympiacos, o FC Porto encontrará uma equipa que já superou e que tem limitações defensivas e ofensivas. Os gregos são a equipa com menos golos marcados entre as 32 formações em prova (apenas dois, tal como Rennes e Marselha), são a quarta que menos remata à baliza adversária (curiosamente, o FC Porto ainda remata menos) e são a sexta equipa que mais remates por jogo permite aos oponentes.

Há, portanto, razões para crer num bom desempenho portista, ainda que o próprio técnico dos “dragões”, apesar de não utilizar a sempre evitada palavra “poupança”, tenha assumido fazer rotação no “onze” habitualmente utilizado.

“Tenho de perceber quem está física e emocionalmente disponível para me dar garantias de fazer parte do melhor “onze”. Há jogadores com mais fadiga e com cartões, pelo que temos de estar atentos”, vincou.

Pedro Martins, técnico do Olympiacos, vê esta gestão portista como uma dificuldade. “Não acho que seja vantagem, porque causa-me um problema em termos da preparação do jogo, mediante os jogadores que o Sérgio possa amanhã apresentar”, explicou, aludindo ao menor conhecimento que tem dos jogadores menos utilizados pelo FC Porto nesta temporada.

"Embrulhada” com um português envolvido

Nos restantes jogos – os que certamente concentrarão grande parte das atenções Europa fora – há muito por decidir. À cabeça, um grupo que pode definir-se como uma “embrulhada”.

À entrada para a última jornada do grupo B, o Borussia Mönchengladbach segue com 8 pontos, o Shakhtar e o Real Madrid com 7 e o Inter de Milão com 5. Isto equivale a dizer que nenhuma equipa está qualificada e nenhuma está eliminada.

Os inicialmente favoritos Real e Inter partem em desvantagem na tabela, mas jogam ambos em casa. Já o treinador português Luís Castro tem uma viagem a Milão, mas já provou que sabe como domar “tubarões”: empatou frente aos italianos na Ucrânia e venceu duas vezes o Real Madrid.

Destaque ainda para outros dois grupos com contas abertas. No A, Atlético de Madrid e Salzburgo têm, na Áustria, duelo directo pelo apuramento: aos espanhóis basta um empate para se juntarem ao Bayern Munique.

Cenário semelhante existe no grupo D, já que o calendário ditou que também haverá duelo directo pelo apuramento: Ajax e Atalanta jogam nos Países Baixos, com um ponto de vantagem para os italianos, aos quais um empate bastará.

Sugerir correcção
Comentar