Comediante Robert Castel morre aos 87 anos
Actor francês nascido na Argélia fez sobretudo comédia, entre os palcos e o grande e o pequeno ecrã. Era visto em França como o pai do “humor pied-noir”.
O comediante, humorista e músico francês Robert Castel morreu este domingo em Paris, aos 87 anos, vítima de doença, revelou a família. O actor, que era designado como pai do humor “pied-noir” – “pé-negro”, numa tradução livre, designação utilizada para cidadãos franceses ou de outra ascendência europeia que nasceram ou viveram em colónias francesas no norte de África e que voltaram aos seus países de origem após a independência daquelas – morreu no hospital de Pitié-Salpêtrière, acrescentou a mesma fonte.
Nascido em 21 de Maio de 1933, em Bab El Oued (Argélia), Robert Moyal, seu nome próprio, tornou-se conhecido com A Família Hernandez, uma peça sobre cenas da vida na Argélia, que encenou em 1957, um trabalho em que contracenava com as actrizes Lucette Sahuquet e Marthe Villalonga. A peça fez grande sucesso naquele país e depois em Paris, permitindo aos franceses descobrirem o folclore e as expressões típicas dos “pieds-noirs”.
Em 1962, pouco depois da independência da Argélia, Robert Castel abandonou este país do norte de África e mudou-se para a capital francesa com a actriz Lucette Sahuquet, com quem veio a casar. Após a morte desta, em 1987, aos 60 anos, o actor voltou a casar. Não teve filhos.
No cinema e no pequeno ecrã, Castel entrou em mais de meia centena de filmes, maioritariamente como actor secundário. Os Amantes de Amanhã (Marcel Blistène, 1959), ao lado de Edith Piaf; O Indomável (Alain Cavalier, 1964), ao lado de Alain Delon e Lea Massari; Le Grand Blond avec une Chaussure Noire (Yves Robert, 1972), ao lado de Pierre Richard; Dupont Lajoie (Yves Boisset, 1974), ao lado de Isabelle Huppert, são alguns desses títulos numa filmografia concluída em 2016 com a comédia Eles Estão por Todo o Lado, realizada e protagonizada por Yvan Attal. Mas o actor continuou também a pisar os palcos, em produções como El Gusto (2007), com uma orquestra de judeus “pés-negros” e árabes argelinos, e Nostalgérie (2013), o seu último trabalho a solo.