Sonae diz estar a trabalhar para antecipar em dez anos compromisso de neutralidade carbónica

Grupo avança que pretende “uma redução de 54% das emissões ainda nesta década” e que “terá as suas operações neutras em carbono já em 2040”.

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Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, tem participado em várias iniviativas em defesa do planeta Nelson Garrido

O grupo Sonae pretende atingir a neutralidade carbónica dez anos antes da meta definida pela União Europeia (2050) e avança que “já se encontra a trabalhar na redução de 54% das emissões próprias ainda nesta década”. Para concretizar este objectivo, refere que “tem em curso um conjunto alargado de medidas de transformação, onde se incluem o recurso a energias de fonte renovável em todas as operações, a electrificação das frotas e das operações logísticas e ecommerce, a compensação carbónica no caso das emissões não evitáveis, entre outras”.

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a Sonae (proprietária do PÚBLICO) refere que “terá as suas operações neutras em carbono já em 2040, não só cumprindo um desígnio estabelecido mundialmente, como antecipando em dez anos a sua concretização”.

“Num mundo cada vez mais instável, onde os limites que asseguram o funcionamento do planeta estão gravemente ameaçados, a Sonae tem a ambição de contribuir para a resolução dos desafios ambientais mais urgentes da actualidade”, destaca Cláudia Azevedo, CEO da empresa, no comunicado. A responsável refere ainda que, “mesmo estando a passar por uma das fases mais críticas desta pandemia”, o grupo que lidera tem “o dever de continuar a lutar pelo futuro colectivo”, antecipando a meta estabelecida “porque, infelizmente, o planeta não pode esperar mais”.

O compromisso com a sustentabilidade implica uma transformação estrutural na forma de gerir as empresas, que terão impacto nos colaboradores, clientes, parceiros e demais stakeholders, refere o documento.

A meta da neutralidade carbónica em 2050 foi definida pela União Europeia e subscrita por Portugal, através do Roteiro para a Neutralidade Carbónica (RNC2050), e está em linha com o Acordo de Paris, no qual os Estados subscritores se comprometeram a tomar acções concretas para limitar o aumento médio da temperatura mundial em 1,5ºC .

A empresa destaca que “a decisão de atingir a neutralidade carbónica em 2040 enquadra-se na política de sustentabilidade da Sonae (…), e contribui para o cumprimento da sua missão de criar valor social, potenciando os benefícios do progresso e da inovação em prol da sociedade e das suas pessoas”.

Entre os vários exemplos referidos na estratégia do grupo para a protecção do Planeta, é destaca a integração do Conselho Económico Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, do grupo inicial de empresas que assinaram o “Paris Pledge for Action”, iniciativa no âmbito da Cimeira do Clima de Paris (COP21), entre outros.

Recentemente, e para além de outros projectos em que está envolvida, Cláudia Azevedo foi uma das promotoras do manifesto de três dezenas de presidentes executivos e representantes de multinacionais que defendem um novo modelo de crescimento europeu, baseado na circularidade, nas energias renováveis e nas indústrias de baixo carbono, declarando o seu apoio ao Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal).

Apesar da urgência das medidas, Cláudia Azevedo deixa uma mensagem de optimismo. “Ainda estamos a tempo: com a implementação de acções concretas e imediatas de redução da pegada ecológica, é possível parar a actual destruição do planeta e assegurar a sua sustentabilidade, deixando um melhor legado para as gerações futuras”.

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