Luz foi: uma dedicatória de Aline Frazão no 45.º aniversário da independência de Angola

É uma canção que “quer falar de esperança, uma esperança diariamente ameaçada pelos problemas, pelas carências básicas e pelas lutas do quotidiano que a maioria do povo angolano enfrenta até hoje”, escreve a cantora e compositora. A edição está marcada para o dia de independência de Angola, 11 de Novembro. O PÚBLICO revela-a aqui em primeira mão.

Aline Frazão põe mãos à obra. Fá-lo para celebrar e fá-lo para que aquilo que se celebra continue a ser realidade a cumprir, desejo de futuro. Luz foi, assim se intitula a canção que conhece edição esta quarta-feira, dia 11 de Novembro, e que estreamos antecipadamente no PÚBLICO.

Não é antecipação do álbum que, na sua discografia, dará sequência a Dentro da Chuva, editado em 2018 – esse chegará em 2021. É canção com dedicatória específica, música para assinalar uma data: 11 de Novembro, dia da independência de Angola. No momento “em que se celebram os 45 anos da Independência de Angola”, editar Luz foi "é perguntar ‘quem foi que desfez tudo aquilo que nós combinámos’”, escreve a cantora e compositora na apresentação do novo tema.

Nascida em Luanda em 1988, chegada a Portugal aos 18 anos para estudar Ciências da Comunicação em Lisboa, cidade de onde partiria depois para Barcelona e Santiago de Compostela, Aline Frazão iniciou o seu percurso discográfico em 2011, com a edição de Clave Bantu. Seguir-se-iam Movimento (2013), Insular (2015) e, já depois do regresso a Luanda, o supracitado Dentro da Chuva (2018). Em Luz foi Aline Frazão canta enquanto artista, fala enquanto cidadã comprometida com o seu país e as suas gentes. “Esta é uma canção que quer falar de esperança, uma esperança diariamente ameaçada pelos problemas, pelas carências básicas e pelas lutas do quotidiano que a maioria do povo angolano enfrenta até hoje. Mas é difícil ter esperança às escuras”, alerta no texto de apresentação do novo tema, “canção sobre uma promessa por cumprir, mas que nem por isso esquecemos, nem por isso deixamos de cobrar: luz, água, pão na mesa, educação, saúde, habitação”. Conclui: “Quando uma promessa é, na verdade, um direito básico, não há como deixar de exigir. Não há como deixar de insistir. Não há como deixar de cantar.”

Gravada entre Luanda e Lisboa, Luz foi conta com a voz e violão de Aline Frazão, acompanhada pela banda que registará o seu próximo álbum de originais, formada por Mayo (baixo), Marcelo Araújo (bateria), Yasmane Santos (percussão) e Diogo Duque (trompete). A realização do vídeo é assinada pela dupla Fradique & Cafuxi. Fradique, recorde-se, é realizador de Ar Condicionado, filme sobre a Luanda pós-guerra civil estreado este ano e que poderemos ver no Porto/Post/Doc, cuja edição 2020 decorrerá entre 20 e 29 de Novembro. Aline Frazão é a autora da respectiva banda-sonora.

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