No dia 11 de Novembro de 1975 o médico e poeta António Agostinho Neto, presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), proclamou em Luanda a independência do seu país, que se encontrava em clima de guerra civil, uma vez que não fora possível chegar a consenso sobre quem é que deveria suceder à colonização portuguesa. A parte setentrional do país era então controlada pela União dos Povos de Angola (UPA), de Holden Roberto, apoiada pelo Zaire, de Mobutu Sese Seko, enquanto na meridional actuavam a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), de Jonas Malheiro Savimbi, e o Exército sul-africano, seu aliado. A luta de libertação nacional começara nos primeiros meses de 1961, com acções do MPLA e da UPA, tendo cinco anos depois surgido a UNITA. Agostinho Neto morreu em Moscovo no dia 10 de Setembro de 1979, na sequência de uma intervenção cirúrgica, tendo-lhe sucedido na chefia do partido e do Estado o engenheiro de petróleos José Eduardo dos Santos, que até hoje se mantém nesses cargos. Entretanto, na sequência do processo de descolonização e da proclamação da independência, centenas de milhares de portugueses tiveram de deixar Angola, rumando à Europa, à África do Sul ou ao Brasil. Jorge Heitor