Arménia denuncia ataques contra principais cidades de Nagorno-Karabakh

O mais recentes conflito entre arménios e azerbaijanos já fez centenas de mortos. Segundo as autoridades arménias, últimos raides contra a capital do enclave separatista mataram três civis.

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Os últimos bombardeamentos em Stepanakert mataram três civis Reuters

Pelo menos três civis foram mortos esta sexta-feira em novos bombardeamentos nas principais cidades de Nagorno-Karabakh, o enclave de etnia arménia situado no interior do Azerbaijão. Segundo as autoridades desta região, ataques aéreos e disparos de artilharia das forças azerbaijanas atingiram zonas residenciais da capital, Stepanakert, e de Sushi, uma cidade a sul, matando uma mulher e os seus dois netos.

Como acontece habitualmente desde o início dos confrontos, há seis semanas, o Ministério da Defesa do Azerbaijão desmentiu ter visado áreas habitadas e respondeu acusando os arménios de atacarem a cidade de Terter e aldeias vizinhas.

Do que não restam dúvidas é que o Azerbaijão continua a sua ofensiva para reclamar o controlo sobre o território separatista – o actual conflito começou há seis semanas e, segundo as autoridades arménias, os ataques do Azerbaijão já fizeram quase 1200 mortos entre os militares e mataram pelo menos 50 civis em Nagorno-Karabakh.

O Azerbaijão não revela perdas militares, mas diz que os raides da Arménia para lá das fronteiras do enclave já mataram 92 civis e feriram 400. Há duas semanas, Moscovo disse que o balanço real de vítimas se aproximava das 5000. Segundo a UNICEF, mais de 130 mil pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas e estão deslocadas.

Este é de longe maior reacendimento de um conflito nunca resolvido e que opõe os duas antigas repúblicas soviéticas desde que entraram em guerra quando o enclave declarou a sua independência do Azerbaijão, em 1991. Com 30 mil mortos, e sem que a paz tivesse chegado a ser negociada, o cessar-fogo foi declarado em 1994.

Apesar das várias tentativas internacionais para negociar uma trégua que ponha fim às hostilidades, os combates nunca pararam desde 24 de Setembro. Na última tentativa de mediação, há uma semana, a Rússia, os Estados Unidos e a França convenceram a Arménia e o Azerbaijão a declarar que não voltariam a atacar zonas residenciais, mas esse acordo, como os anteriores, entrou em colapso passado algumas horas.

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