CIP apela ao Governo para que aplique medidas cirúrgicas no combate à covid-19

Confederação Empresarial de Portugal alerta que “imposição excessiva” de medidas pode causar danos irreversíveis à economia e ao país.

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Atónio Saraiva, presidente da CIP, receia que restrições genéricas ponham em causa as empresas e o emprego Miguel Manso

A Confederação Empresarial de Portugal lançou nesta sexta-feira um apelo “sem precedentes” ao Governo para que aplique apenas medidas cirúrgicas no combate à pandemia e “nunca, em caso algum,” limitações gerais, genéricas e de duração imprevisível, sob pena de levar a um aumento das falências e do desemprego.

O alerta surge no dia em que o Governo está na concertação social para ouvir os parceiros sobre a adopção de mais medidas de combate à pandemia de covid-19 e na véspera do Conselho de Ministros onde serão aprovadas novas restrições para travar os contágios em Portugal.

A CIP reconhece que “devem ser feitos os melhores esforços para garantir a protecção e o tratamento de todos os cidadãos em todas as partes do território nacional, seja através dos sistemas de saúde público, privado ou social”, mas, ao mesmo tempo, deixa “um alerta sem precedentes”.

 “Na segunda fase da pandemia é imperioso que o Governo não asfixie as empresas com a imposição excessiva de medidas que limitem fortemente a actividade económica do país, como aconteceu durante a primeira vaga”, sublinha o presidente da CIP, António Saraiva, num comunicado divulgado ao final da manhã.

“É fundamental que o Conselho de Ministros saiba calibrar as regras de modo a proteger a saúde pública sem, no entanto, desvalorizar a protecção do emprego dos portugueses, sob pena de serem causados danos irreversíveis para Portugal”, acrescenta o responsável.

A confederação que representa o sector da indústria considera que a paralisação do país durante a primeira fase da pandemia “seguiu um padrão excessivo que foi comum em quase toda a Europa”, com consequências na actividade económica, no emprego e nas contas do Estado.

“Por tudo isto, a CIP apela ao Governo para que aplique apenas medidas cirúrgicas e nunca, em caso algum, limitações e constrangimentos gerais, genéricos e de duração imprevisível que afectam, num só golpe e de forma imediata, a confiança das pessoas e das empresas na economia”, lê-se no comunicado.

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