Cientistas criam revestimento para aumentar eficácia de pensos contra bactérias

Objectivo é desenvolver um novo polímero com propriedades antimicrobianas para revestir pensos, de forma a prevenir e tratar infecções em feridas crónicas da pele.

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Investigação procura criar um polímero com propriedades antimicrobianas para ser usado no revestimento de pensos Fábio Augusto

Cientistas do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto estão a desenvolver um revestimento que aumenta a eficácia dos pensos contra as bactérias que surgem em feridas crónicas da pele.

Numa nota publicada no site da Universidade do Porto, adianta-se que o trabalho de Pedro Miguel Alves, distinguido na primeira edição da EUGLOH Annual Student Research Conference, visa a produção de um revestimento que “aumenta a eficácia dos pensos contra as bactérias que surgem em feridas crónicas da pele”.

Citado na nota, o investigador do grupo de Bioengenharia de Superfícies do i3S explica que o objectivo é “desenvolver um novo polímero com propriedades antimicrobianas para ser utilizado no revestimento de pensos para tratamento e prevenção de infecções em feridas crónicas da pele”.

Para isso, a equipa de investigação imobilizou péptidos antimicrobianos num polímero natural derivado do exosqueleto de crustáceos e maximizou a eficiência química, de modo a permitir que este polímero possa vir a ser usado em contexto industrial.

O desenvolvimento de pensos com estas propriedades antimicrobianas terá “um elevado impacto no combate às infecções” em doentes com feridas crónicas e feridas provocadas por bactérias hospitalares multirresistentes, observa o investigador.

Cristina Martins, líder do grupo de investigação do i3S, acrescenta ainda, no mesmo comunicado, que o trabalho explora “uma química selectiva de alto rendimento” por forma a “facilitar a produção de revestimentos de pensos antimicrobianos” no futuro. “Recorremos a uma estratégia quimiosselectiva de alto rendimento ainda pouco explorada e verificámos que não só conseguimos ter uma química de imobilização mais eficiente, como o efeito antimicrobiano do péptido foi preservado”, destaca. 

Pedro Miguel Alves, estudante do programa de doutoramento em engenharia biomédica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi distinguido com o prémio de melhor apresentação oral na 1.ª edição da EUGLOH Annual Research Conference, uma iniciativa que selecciona 100 alunos de várias faculdades para apresentarem o seu trabalho científico.

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