Montepio: trabalhadores do banco pedem explicações à gestão da mutualista

Em cima da mesa da reunião desta manhã está o plano de reestruturação em curso na caixa económica.

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Manuel Roberto / Publico

O Conselho de Administração da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) está reunido desde o início da manhã, por vídeo-conferência, com a Comissão de Trabalhadores do Banco Montepio, que pediu expressamente que estivessem presentes todos os administradores da mutualista, o accionista da instituição financeira, e não apenas o seu presidente.

O encontro foi requerido pela Comissão de Trabalhadores (CT) ao presidente da AMMG, Virgílio Lima, na sequência das recentes notícias sobre o plano de reestruturação do Banco Montepio, que prevê, no cenário mais agressivo, uma redução do quadro de pessoal que pode ir até 900 trabalhadores.

Entre os pontos críticos que estarão a ser abordados estão as “rescisões voluntárias” que os sindicatos temem que se transformem em despedimentos, a “desmotivação generalizada” que já se prolonga há vários anos, a falta de operacionalidade da rede comercial, que também vem detrás, com consequências na perda de negócio do banco, a resolução das necessidade de capital da instituição, o crescente distanciamento entre trabalhadores e o conselho de administração do Banco Montepio, a ausência de esclarecimentos cabais sobre o plano de reorganização do banco por parte da gestão executiva, assim como a falta de envolvimento do accionista (AMMG) na resolução dos vários temas ali discutidos.

Entre outros pontos quentes, o presidente da AMMG foi instado a esclarecer a CT sobre as divergências, de carácter público, que se verificam entre o presidente da administração (chairman) Carlos Tavares (que acumulou os cargos de chairman e de CEO até ao início deste ano) e o presidente-executivo (CEO) Pedro Leitão, em funções desde Fevereiro do corrente exercício. A CT interpelou ainda Virgílio Lima sobre a falta de informação prestada a outros membros do Conselho de Administração do Grupo.

O presidente da mutualista, contou à CT que, no Verão, escreveu uma carta ao conselho de administração do Banco Montepio a dar orientações sobre a necessidade de discutir o financiamento da instituição, assim como o plano de capital, com o accionista, tendo dirigido a mesma informação ao Banco de Portugal.

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