CCDR: Actual presidente da região Norte recusa candidatura às eleições indirectas

Freire de Sousa esclarece que tem uma “profunda discordância em relação à lei que define o processo eleitoral”.

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Fernando Freire de Sousa, presidente da CCDR-Norte Nelson Garrido

O actual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N), Freire de Sousa, revelou nesta terça-feira não ser candidato às eleições indirectas para a presidência da instituição, nomeadamente por discordar da lei que define o processo eleitoral.

Num comunicado enviado à Lusa, Freire de Sousa esclarece que a decisão de não ser candidato às eleições indirectas de 13 de Outubro se deve a “conjugação de diversas ordens de razões”, destacando a “profunda discordância em relação à lei que define o processo eleitoral”.

Tal desacordo “diz respeito a muitos dos seus principais eixos concretos”, mas também ao que considera ser “um contributo regressivo para uma evolução societal assente em dimensões de mais equilíbrio e capacitação e de maior consistência e robustez institucional”, acrescenta.

Tal como o PÚBLICO já tinha noticiado, quando o Governo pôs em marcha o processo das eleições indirectas para as CCDR, autarcas sociais-democratas bateram-se para que Fernando Freire de Sousa fosse o candidato, mas o PS vetou o nome do marido a comissária europeia, Elisa Ferreira. Os socialistas inclinaram-se para escolher uma figura com perfil académico e António Cunha, ex-reitor da Universidade do Minho, surgiu como primeira hipótese. A seguir, foi avançado o nome de António Fontainhas Fernandes, reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (que está em fim de mandato).

Nomeado em 2016 pelo Governo para presidir à CCDR-N, Freire de Sousa justifica a comunicação da decisão devido às “inúmeras e muito variadas manifestações de vontade que lhe foram chegando nos últimos meses — pessoalmente ou através de órgãos de comunicação social — com vista a que pudesse disputar as referidas eleições” como independente.

O ainda presidente da CCDR-N refere que essas manifestações lhe merecerem “uma penhorada e inapagável gratidão”. Além disso, expressa “reconhecimento ao Governo que o nomeou”.

Freire de Sousa diz ter colocado “o máximo que pôde e soube ao serviço da região e do país” durante mais de um quadriénio.

O responsável afirma-se “tomado por um sentimento de dever cumprido no exercício da função”, dirigindo “uma palavra especial a todos quantos, entre colaboradores internos e atores locais, regionais e nacionais, contribuíram para o desempenho da CCDR-N”.

Trata-se do resultado de “um trabalho em nome de causas e predominantemente colectivo”, vincou.

As eleições indirectas por um colégio de autarcas de um presidente e um vice-presidente para cada uma das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) foram convocadas para 13 de Outubro, entre as 16h e as 20h, segundo um despacho publicado no Diário da República na quinta-feira.

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