Tiago Guedes: “Cabe às instituições culturais fazerem tudo para que o público venha com confiança”

O director do Teatro Municipal do Porto olha para a temporada que está prestes a começar com optimismo. O público está ávido de retomar os seus hábitos culturais, diz nesta entrevista em que faz um balanço dos seis anos no cargo, escusando-se a comentar os dias sombrios, antes da pandemia, em que se viu acusado de censura.

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Tiago Guedes chegou há seis anos ao Porto para dirigir o teatro municipal da cidade NELSON GARRIDO

Após meio ano de encerramento forçado por uma inesperada pandemia, o Teatro Municipal do Porto (TMP) está pronto para regressar à actividade – condicionada, é certo, por variáveis imprevisíveis que nenhum programador anteviu ou pode controlar. Director artístico da instituição desde a sua reabertura, em 2014, Tiago Guedes comenta nesta entrevista ao PÚBLICO a pretexto da nova temporada do TMP, apresentada esta terça-feira, o abanão que os últimos seis meses representaram para um tecido débil como o sector artístico português e as idiossincrasias da programação prevista até Fevereiro de 2021, em parte constituída por espectáculos que o confinamento obrigou a adiar. Não é, admite, a temporada mais exaltante da sua vida, apenas a que foi possível programar nas actuais circunstâncias. Ainda assim, passarão pelos dois pólos do TMP, Rivoli e Campo Alegre, pesos pesados da dança como Merce Cunningham, Jérôme Bel, Anne Teresa de Keersmaeker, Raimund Hoghe ou a cada vez mais internacionalizada Marlene Monteiro Freitas e a estreia dos ciclos PAR(S) e Double Trouble (este em torno das políticas do corpo e da relação entre sexualidade e poder, com Dana Michels, Susana Chiocca e Xana Novais​), a que se juntam mais uma edição do Festival Internacional de Marionetas do Porto, novas peças de companhias da cidade como o Teatro Experimental do Porto e a Estrutura, visitas de fora como Massimo Furlan & Claire de Ribaupierre (Festival Eurovisão da Canção Filosófica) ou Joris Lacoste e a sua Encyclopédie de da la Parole (Suite nº 4), e ainda o primeiro mergulho no universo do Artista Associado do TMP para as próximas duas temporadas, o inclassificável Jonathan Uliel Saldanha (Mercúrio Vermelho, “paisagem sintética” construída a partir de filmagens feitas em Kampala, no Uganda, durante o lockdown).

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Após meio ano de encerramento forçado por uma inesperada pandemia, o Teatro Municipal do Porto (TMP) está pronto para regressar à actividade – condicionada, é certo, por variáveis imprevisíveis que nenhum programador anteviu ou pode controlar. Director artístico da instituição desde a sua reabertura, em 2014, Tiago Guedes comenta nesta entrevista ao PÚBLICO a pretexto da nova temporada do TMP, apresentada esta terça-feira, o abanão que os últimos seis meses representaram para um tecido débil como o sector artístico português e as idiossincrasias da programação prevista até Fevereiro de 2021, em parte constituída por espectáculos que o confinamento obrigou a adiar. Não é, admite, a temporada mais exaltante da sua vida, apenas a que foi possível programar nas actuais circunstâncias. Ainda assim, passarão pelos dois pólos do TMP, Rivoli e Campo Alegre, pesos pesados da dança como Merce Cunningham, Jérôme Bel, Anne Teresa de Keersmaeker, Raimund Hoghe ou a cada vez mais internacionalizada Marlene Monteiro Freitas e a estreia dos ciclos PAR(S) e Double Trouble (este em torno das políticas do corpo e da relação entre sexualidade e poder, com Dana Michels, Susana Chiocca e Xana Novais​), a que se juntam mais uma edição do Festival Internacional de Marionetas do Porto, novas peças de companhias da cidade como o Teatro Experimental do Porto e a Estrutura, visitas de fora como Massimo Furlan & Claire de Ribaupierre (Festival Eurovisão da Canção Filosófica) ou Joris Lacoste e a sua Encyclopédie de da la Parole (Suite nº 4), e ainda o primeiro mergulho no universo do Artista Associado do TMP para as próximas duas temporadas, o inclassificável Jonathan Uliel Saldanha (Mercúrio Vermelho, “paisagem sintética” construída a partir de filmagens feitas em Kampala, no Uganda, durante o lockdown).