PSD e CDS à espera da decisão de Marcelo

Nem Rui Rio nem Francisco Rodrigues dos Santos quiseram comentar o anúncio de Ana Gomes.

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Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos recusaram comentar anúncio de Ana Gomes LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Os líderes do PSD e do CDS mostraram que estão à espera do anúncio de candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa às presidenciais e não comentaram a decisão da socialista Ana Gomes de entrar na corrida.

Rui Rio disse compreender que o actual Presidente da República retarde no tempo o anúncio sobre se é recandidato ao cargo para “não haver confusão” entre os dois papéis.

“Quando um Presidente da República em exercício anuncia a sua recandidatura relativamente cedo – e não precisa porque tem notoriedade começa a ser visto mais do que como candidato do que como Presidente. Compreendo que quem está em funções coloque a decisão o mais para a frente possível”, disse aos jornalistas durante uma visita à 54ª feira da capital do móvel, no Porto.

Apesar de já ter admitido como “mais provável” o apoio do PSD à eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, o líder social-democrata recusou, no entanto, qualquer condicionamento sobre o momento ou o teor do anúncio. “Não vou, a partir daqui, dizer ao professor o que é que deve decidir” e em que timing, afirmou.

Sem se referir directamente à candidatura de Ana Gomes, o líder do CDS-PP comentou a recente “agitação da esquerda” e lembrou que a direita foi quem apoiou Marcelo Rebelo de Sousa em 2016. “Percebo esta agitação à esquerda à procura de um candidato, porque o que é verdade é que a direita não tem um candidato, mas tem um presidente: Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito com o apoio do CDS e do PSD”, afirmou, depois de questionado pelos jornalistas sobre o anúncio da ex-eurodeputada do PS.

Francisco Rodrigues dos Santos reiterou que o CDS aguardará pela “declaração individual” do actual chefe do Estado sobre a sua recandidatura, “se tiver essa intenção”. Depois, como tem afirmado, o CDS reunirá “os órgãos próprios” para decidir se apoia a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. 

Francisco Rodrigues dos Santos não se tem comprometido publicamente com a eventual recandidatura do chefe de Estado e já assumiu, em Maio passado, em entrevista ao Expresso, que gostaria de ver o actual Presidente “mais íntimo” da direita do que do PS. Essa perspectiva sobre a intervenção pública de Marcelo tem levado a que algumas vozes à direita se mostrem desconfortáveis em voltar a apelar ao voto no antigo líder do PSD, mas à medida que o tempo passa parecem esgotar-se outras alternativas na corrida a Belém. 

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