“Dentro do esperado”, o exame de Matemática A foi “acessível”

A maioria dos alunos da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, saiu agradada do exame nacional de Matemática A do 12.ª ano, esta quarta-feira. É de esperar que as médias subam, diz professora.

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Daniel Rocha

O toque que assinalou o final do exame nacional de Matemática A do 12.º ano não acompanhou a saída de muitos alunos das salas na Escola Secundária de Camões, em Lisboa. Passadas duas horas do início da prova, esta quarta-feira, a maioria continuou para a tolerância de meia hora que prolongou o exame até ao meio dia.

O exame de Matemática A foi o mais concorrido da escola, com 273 alunos inscritos. Menos do que o normal, explica João Jaime, director da escola, o que se deve à não obrigatoriedade da prova em tempos de pandemia, excepto para quem dela precise no acesso ao ensino superior. Ao mesmo tempo, decorreram os exames de Matemática B e Matemática Aplicada às Ciências Sociais (MACS) e, por isso, para além das 18 salas de aulas utilizadas para as provas, também o ginásio, o refeitório e a biblioteca foram utilizados.

À saída, ainda de máscara, Madalena Monteiro, de 17 anos, conta que o exame “correu bem” e foi “super acessível”, mais do que nos anos passados. A estudante, que quer seguir Biologia no ensino superior, explica que não fez uma das questões sobre gráficos porque sempre teve dificuldades naquele tema. Porém, não está preocupada porque era uma das questões opcionais. Da prova, apenas quatro questões eram obrigatórias, sendo que os alunos podem responder a todas as opcionais, sendo seleccionadas as que obtiverem melhor cotação. “Isso tranquiliza imenso”, afirma Madalena Monteiro. “Se não souber fazer alguma das que não são obrigatórias, simplesmente passo à frente.”

No ano passado Beatriz Grama não conseguiu entrar no curso superior que quis, Educação. Agora, a estudante de 20 anos repetiu o exame de Matemática A e considera-o “mais fácil” do que o anterior. “Pareceu-me ser mais superficial na forma como abordava os temas”, justifica, enquanto explica que escolheu recorrer a explicações privadas fora da escola para a preparar para a prova. “Acho que correu bem. Acho que agora vou conseguir [entrar no curso]”, analisa entre um sorriso atrás da máscara.

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Daniel Rocha

Mais confiante ainda estava Tiago Brogueira, de 18 anos. “Estive agora a ver o exame com a professora e devo ter 20”, afirma, enquanto aponta para o colega do lado e diz que “ele também vai ter 20”. Assim, o objectivo de seguir para Engenharia Electrónica está praticamente assegurado com um exame que foi “basicamente o que se estava à espera”. O estudante considera que “era muito fácil ter boa cotação nas perguntas facultativas” e as obrigatórias também lhe correram bem. Apesar de ter ficado na sala durante a tolerância, só o fez “para ter mais certezas”, até porque acabou o exame “uns 45 minutos antes do primeiro toque de saída”.

A professora Leonor Rino resume a sua análise do exame: “Não posso dizer que foi facílimo, mas também não foi difícil, de todo”. Entre um global de questões “acessíveis”, havia “uma ou outra com umas rasteiras”. Essas, obrigatórias, recaíram sobre geometria e gráficos de funções, utilizando a calculadora. Embora os alunos considerem positiva a decisão de adoptar questões opcionais, a professora é mais cautelosa. “Para mim é uma desvantagem porque, uma vez que as notas em geral devem subir, é natural que as de acesso ao ensino superior também disparem”, alerta.

Já o regresso às aulas presenciais antes do exame agrada a alunos e professores. Para Madalena Monteiro, essas aulas “ajudaram completamente”. A estudante considera que “o que se tentou dar online não serviu para praticamente nada”, pelo que as aulas dadas em regime presencial “foram excelentes para consolidar a matéria que efectivamente saiu no exame”. “Não há comparação possível entre aulas presenciais e à distância”, concorda a Leonor Rino. Embora a professora revele que tentou utilizar todos os recursos existentes para o ensino via Internet, considera a presença em sala de aula muito mais útil.

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