Oxford Economics prevê recessão de 2,2% na zona euro

Apesar da antecipação negativa para o primeiro semestre, consultora britânica estima que a recuperação económica seja “muito forte, segundo a experiência histórica”, antevendo que uma forte recuperação da actividade no final do ano

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LUSA/STEPHANIE LECOCQ

A consultora Oxford Economics considerou hoje que a economia da zona euro vai enfrentar uma recessão de 2,2% e a economia mundial vai estagnar este ano devido à pandemia do novo coronavírus.

“A pandemia do novo coronavírus vai causar uma profunda recessão na economia mundial, e em muitas das principais economias, durante a primeira metade deste ano”, lê-se numa nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, na qual se prevê que a zona euro caia 2,2%, os Estados Unidos 0,2% e a China cresça apenas 1%.

No relatório, que já vai na segunda actualização devido à progressão da pandemia, os analistas desta consultora britânica escrevem que “para o conjunto do ano o crescimento global deve descer para zero” e acrescentam que “no primeiro trimestre, a economia mundial deve contrair-se a um ritmo mais rápido do que durante a crise financeira de 2009, caindo cerca de 2% e sendo provável uma nova queda de 0,4% no segundo trimestre”.

A estagnação prevista para o total do ano na economia mundial “marca o segundo valor mais baixo dos últimos 50 anos, só superado pela severidade da crise financeira de 2009”, apontam os analistas, que lembram que a previsão anterior à pandemia, para o crescimento mundial, era de 2,5%.

Apesar do panorama sombrio para a primeira metade do ano, esta consultora estima que a recuperação económica seja “muito forte, segundo a experiência histórica”, antevendo que uma forte recuperação da actividade económica no final do ano.

“A perspectiva de evolução a curto prazo é extremamente desafiante, mas a actividade vai recuperar depois das medidas de distanciamento social” e beneficiando também com a combinação dos estímulos monetários e orçamentais e da despesa discricionária”, lê-se no documento, que antecipa um crescimento de 5,3% da economia mundial no último trimestre deste ano e uma média de 4,4% em 2021.

As previsões, alertam, são particularmente incertas neste período, mas os analistas apontam ainda que num cenário de agravamento da pandemia, imposição de mais restrições sociais e mais stress nos mercados financeiros, a economia mundial poderia ter um crescimento negativo de 1,3%, com a zona euro a cair 3,2%, os EUA 2,6% e até a China poderia ver o PIB retrair 0,9%.

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