Cozinheiros apoiam Ljubomir Stanisic e pedem ao Governo que “tenha #Tomates” e mande fechar os restaurantes

O chef Ljubomir disse na TVI que “o Governo não tem tomates para fechar os restaurantes”. Cozinheiros, profissionais ligados aos restaurantes, clientes de todo o país uniram-se na tag #Tomates e exigem o mesmo nas redes.

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Ljubomir Stanisic, Vítor Adão, Telmo Roque e o tomates do Solar do Gordo

Discotecas e similares, tudo fechado. Bares abertos até às 21h. E, no que toca aos restaurantes, o plano de contenção da covid-19 do Governo português apenas chegou à limitação (a 1/3) da capacidade de cada unidade de restauração aberta ao público. Para os donos do restaurante, fica a liberdade de fechar ou não, perante os dilemas da saúde, segurança e crise sem tamanho nem fim à vista. Já fecharam centenas, gurus como José Avillez acabam de encerrar quase todos os seus espaços.

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Discotecas e similares, tudo fechado. Bares abertos até às 21h. E, no que toca aos restaurantes, o plano de contenção da covid-19 do Governo português apenas chegou à limitação (a 1/3) da capacidade de cada unidade de restauração aberta ao público. Para os donos do restaurante, fica a liberdade de fechar ou não, perante os dilemas da saúde, segurança e crise sem tamanho nem fim à vista. Já fecharam centenas, gurus como José Avillez acabam de encerrar quase todos os seus espaços.

“O Governo não tem tomates para tomar a decisão” de fechar os restaurantes, disse o chef do 100 Maneiras e celebridade televisiva de Pesadelo na Cozinha ao canal onde o programa é transmitido, a TVI. O cozinheiro já fechou o 100 Maneiras e o Bistro 100 Maneiras e, como sempre, não teve papas na língua: “Os restaurantes que se lixem, o mais importante é a saúde pública!”. "Estou-me nas tintas para os turistas.”. Disse ainda: “Não sei como vou pagar os ordenados ao final do mês de 80 famílias, mas prefiro proteger os funcionários.” “Temos de fechar portas para não espalhar a doença”, completou, acrescentando que é necessário apoio do Governo (a AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal considerou as medidas do Governo “insuficientes” e deverá haver desenvolvimentos esta semana).

As declarações do chef seguiram-se a um post no Instagram em que escrevia sobre o tema, indicando que ia fechar “sem data prevista para reabertura”. "Sentimos que temos de fazer tudo ao nosso alcance para proteger as famílias - as nossas, as da nossa equipa, as dos nossos clientes - e o mundo! É uma decisão que tomamos sozinhos, sem apoios, sem ajudas, sem rede, com a noção de que o golpe financeiro que sofreremos poderá levar muito tempo a sarar.” "É uma decisão que tomamos com o coração apertado mas leve por sabermos que estamos a fazer o certo", que neste momento não existe nenhuma outra solução. “Agimos antes que seja tarde de mais.”

Em apoio das declarações de Ljubomir, centenas de cozinheiros têm publicado nas redes, particularmente no Instagram, fotos com a tag #Tomates, algumas delas muito criativas, outras a incluírem tomates e algumas com um dedo mais apontado para o ar que os outros...

De Leopoldo Garcia Calhau (Taberna do Calhau, em Lisboa) a Telmo Roque, o homem que faz as facas dos chefs; de Vítor Adão (Plano, Lisboa) ao padeiro Mário Rolando; de Duarte Eira (Salpoente, Aveiro) a Pedro Figueiredo (um dos sócios do Lapa Lapa, do Cantina 32 e do Puro 4050, todos no Porto), da Tasca do Joel (de Peniche e que diz  que “as mulheres da tasca do joel todas com #tomates") ao Solar do Gordo (Lavra), de David Timóteo (Casa do Clube, Penhas da Saúde, Covilhã) a Tiago Miguel Costa, cuja família tem um restaurante em Santarém (Marisqueira Jomar) e cuja perspectiva é, claro, realisticamente familiar, partilhando com tantos empresários do sector o desespero e frustração, com críticas ao Governo:

“Tenho um restaurante familiar, o sustento da nossa casa, que mantivemos aberto nos últimos dias apesar de muitos cuidados e restrições”, escreve. “Colocámos em risco a nossa saúde e segurança”, pode ler-se, criticando o Governo em seguida: “não apresentou nenhumas medidas que defendam a nossa posição”. "Como eu há milhares de famílias que o seu sustento é o café/restaurante onde trabalha pai, mãe, filho\a e até as vezes a sua própria companheira/o”. "Não facturamos, não há clientes, mas as despesas mensais mínimas mantêm-se”. “O Governo português assobia para o lado”, refere, para depois defender: “vamos parar, precisamos da ajuda do Governo” porque “como eu, muitas famílias que trabalham na restauração, tomarão a decisão de fechar por tempo indeterminado, sem a certeza de quando voltarão a abrir ou se sequer voltarão a ter condições de abrir!

Eis alguns participantes na corrente #Tomates: