“Esta não é uma doença grave. É, no entanto, uma doença muito contagiosa”

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, diz não existirem “preocupações” ao nível do abastecimento e stocks de produtos no sector farmacêutico.

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LUSA/ESTELA SILVA

Sem alarmismos. Foi assim que o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital abordou o número de casos de infectados com o coronavírus Covid-19 em Portugal. À margem de uma visita ao CEIIA - Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel, em Matosinhos, Pedro Siza Vieira relativizou a notícia de mais uma infecção registada na manhã desta quarta-feira, sublinhando mais uma vez tratar-se de uma pessoa que contraiu o vírus fora do país.

O homem de 44 anos, que esteve em Itália e está neste momento internado no Hospital de São João, no Porto, está, de acordo com a Direcção-Geral da Saúde (DGS), em situação clínica estável. “Esta não é uma doença grave. É no entanto uma doença muito contagiosa”, diz Pedro Siza Vieira, sem dar margem de manobra para que a situação seja empolada. “Este caso é como os outros. É o caso de uma pessoa que veio infectada de fora”, atira. “Aquilo que continuamos a tentar assegurar é que consigamos conter a velocidade de propagação da doença”, completa.

Conseguindo atingir essa meta, “menos gente ficará doente”, o que diz significar também “menos gente a sobrecarregar” os serviços de saúde. Resultado disso considera ser também um “menor impacto económico”.

O ministro da Economia apela à calma, que é a mesma abordagem que diz estar a ser seguida pelo Governo, atento “à melhor informação disponível” para a partir daí serem tomadas “decisões relevantes”. “Mais um caso hoje ou dez amanhã não vão mudar de forma radical aquilo que são as circunstâncias presentes”, assegura.

Recorde-se que actualmente em Portugal há cinco casos confirmados de infecção. No mundo inteiro há cerca de 90 mil, sendo que aproximadamente 80 mil são na China, onde morreram perto de 3 mil pessoas. No resto do mundo – cerca de 80 países – há menos de 220 pessoas que morreram na sequência da infecção - sobretudo pessoas com problemas de saúde associados. Coreia do Sul, Itália e Irão são os países que mais casos têm registado depois da China, que somam ao todo cerca de 10 mil e quinhentos casos, tendo morrido 184 pessoas - 1,7% dos infectados. Na China a taxa de mortalidade ronda os 3,7%. Mas no resto do mundo a taxa cai para os 1,6%.

Reforça ainda o trabalho da DGS ao “praticamente todos os dias” lançar orientações e recomendações a serem adoptadas pelo sector empresarial, transportes ou organizadores de eventos, sendo o objectivo principal “retardar a taxa de propagação da doença”.

Para isso acredita ser fundamental tomar precauções quanto à “higiene e à sanidade”. Se assim for, acredita ser possível conter a taxa de propagação para que se possa “passar mais rapidamente por este problema”.

Stocks não estão em risco

Quanto ao receio mostrado pela Organização Mundial de Saúde quanto à escassez de stocks de produtos de higienização no sentido de conter a propagação do vírus, garante não existir motivo para preocupações no que toca ao cenário vivido em Portugal: “Ainda anteontem estive numa reunião com um conjunto de sectores da economia portuguesa e pelo lado do sector farmacêutico, neste momento, não há preocupação nenhuma em relação a abastecimentos e stocks”.

Como já tinha dito ontem, reafirmou que o Governo está preparado para responder e apoiar as empresas “se de facto esta circunstância começar a ter impacto económico significativo”.

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