Covid-19: Reinaldo Ventura em isolamento após infecção de colega de equipa em Itália

Plantel do GS Hockey Trissino tem mais dois portugueses, Sérgio Silva e Diogo Neves. Reinaldo elogia prevenção das autoridades e explica como tem sido a vida em isolamento.

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Reinaldo Ventura está em isolamento Hockey Trissino / FACEBOOK

A equipa do GS Hockey Trissino está em isolamento total, depois de um hoquista da formação italiana ter acusado positivo nos testes de despistagem ao coronavírus. Sérgio Silva, Diogo Neves e Reinaldo Ventura são os três portugueses que integram o plantel da formação e que, com o diagnóstico do colega, foram colocados em isolamento.

“Um colega de equipa acusou positivo no domingo. Estivemos com ele na sexta-feira e, a partir do momento em que soubemos que ele foi infectado, todos os que estiveram em contacto com ele tiveram de ficar em isolamento”, explica ao PÚBLICO Reinaldo Ventura, um dos históricos do hóquei em patins nacional.

A comuna de Trissino, que dá nome à equipa, está situada na região de Veneto, uma das mais críticas em Itália no que diz respeito ao surto da Covid-19. Reinaldo terá de ficar em casa com a família durante dez dias, com as necessidades básicas a serem garantidas pelas autoridades italianas.

“Basta ligar para um número e eles trazem-nos as coisas a casa. Faz parte do plano de contingência”, explica o hoquista. O resto do plantel também se encontra na mesma situação, com a Liga a adiar grande parte dos jogos marcados para a próxima jornada.

O antigo jogador do FC Porto e Óquei de Barcelos explica que tem de medir a temperatura duas vezes por dia, com a unidade de saúde a entrar em contacto com as pessoas em isolamento para monitorizar a situação. “Recebemos telefonemas todos os dias do hospital para controlar a nossa temperatura e perceber se há algum tipo de sintomas. Basta controlar a temperatura duas vezes ao dia e, em caso de exibir sintomas, tenho um número de telefone para o qual posso ligar. Aí, consoante a alteração que existir, tomam as devidas providências”, detalha.

Região está “normal”, garante jogador

Apesar de viver numa das regiões mais afectadas pelo surto de Covid-19 — que já provocou 79 mortes em Itália e ultrapassa os 2500 casos confirmados —, o hoquista desdramatiza os efeitos do coronavírus na região, garantindo que os habitantes vivem o dia-a-dia com o máximo de normalidade possível.

“Até este momento, a vida tinha sido perfeitamente natural, nada de especial. Tudo controlado. E continua a estar controlado: tanto é que estamos nesta situação pela segurança que as autoridades exibem. Acho que na região estão a tentar conter o surto. Não estão demasiado preocupados, mas sabem que os hospitais não têm condições para receber tanta gente com este problema. Portanto estão a tentar controlar o número de casos da melhor forma possível”, explica o hoquista.

No plano desportivo, admite que os dez dias parados poderão fazer mossa, visto que não faz ideia quando a Liga italiana de hóquei pensa retomar a competição — nem se concederá dias adicionais para os jogadores recuperarem os índices físicos.

“A pausa é muito má. São dez dias em que estamos completamente parados em casa. A lógica diz que a Liga dê alguns dias antes de reiniciarem a competição, mas ainda não sabemos. Eles agora não podem tomar decisões: não conseguem remarcar o calendário para daqui a duas semanas porque não se sabe [a evolução da situação]. A solução será marcar dois jogos por semana”, concretiza.

O Trissino está actualmente em quinto lugar no campeonato italiano, a sete pontos do líder Lodi.

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