Mortes de enfarte, acidente vascular cerebral ou cancro nos níveis mais altos desde 2008

Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou nesta sexta-feira os dados de 2018, chamando a atenção para o aumento em 3,8% das mortes causadas por doenças respiratórias.

Foto
Nelson Garrido

A tendência dos últimos anos mantém-se: os acidentes vasculares cerebrais (AVC) descem ligeiramente e permanecem como a principal causa de morte em 2018. Nesse ano 11.235 pessoas não sobreviveram a um AVC, quando em 2017 tinham sido 11.270.

Os AVC incluem-se no grupo das doenças do aparelho circulatório, grupo com o maior peso nas mortes em Portugal. Este grupo e o de tumores malignos voltaram a representar em 2018, como em anos anteriores, mais de metade (53,6%) das mortes de pessoas residentes no país. A novidade é que atingiram os valores mais elevados desde 2008, com a taxa de mortalidade das doenças do aparelho circulatório a alcançar 318,3 por 100 mil habitantes em 2018. 

Os dados relativos a 2018 foram publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira, no documento Causas de Morte 2018. Nele é realçado a subida em 3,8% das mortes causadas por doenças respiratórias. Representam a terceira causa de morte, logo depois do cancro e estiveram na origem de 13.305 óbitos dos quais 5764 foram de pneumonia. 

No seu conjunto, e além das respiratórias, as doenças do aparelho circulatório provocaram 32.926 mortes e os tumores malignos causaram 27.928 óbitos. 

As causas podem ser isoladas em cada grupo e assim se comprova que depois do AVC, que é o motivo principal e representa 9,9% do total das principais causas de morte analisadas nestes dados do INE, segue-se a doença isquémica do coração que atinge 6,3% das pessoas nestas estatísticas. A pneumonia surge como terceira causa, ao representar 5,1% do total das principais causas.

O cancro continua a ser responsável por uma em quatro mortes em 2018, já que perto de 28 mil pessoas morreram de cancro num total de 113 mil mortes de causas de morte principais (por doenças). 

Pneumonia aumenta

A pneumonia como causa de morte aumenta em 2,5% relativamente a 2017. Com muito menor importância em relação à mortalidade global, o INE salienta “os aumentos significativos” nos totais de mortes por gripe – 205 óbitos – e por asma – 142. As mortes por doenças do aparelho circulatório aumentaram em 1,7% e as mortes causadas por cancro também aumentaram, mas em 1,5%. 

Apesar destes aumentos, o número médio de anos potenciais de vida perdidos devido às doenças do aparelho circulatório (10,3), por exemplo, foi menor que no ano anterior (11,2). Para isso, refere o enquadramento dado pelo INE, contribuiu a diminuição dos óbitos de pessoas com menos de 70 anos por estas causas. As mortes por estas doenças atingiram mais as mulheres em 2018. Por cada 100 óbitos de mulheres residentes em Portugal, 82,4 homens morreram pelos mesmos motivos.

As idades médias 

Olhando o impacto que cada um destes grupos de doenças tem na esperança de vida, e por ordem decrescente: dos três grupos analisados, as doenças respiratórias são aquelas que atingem pessoas com a idade média mais elevada –​ 83,1 anos –​seguidas das doenças do aparelho circulatório nas quais, em média, as pessoas morrem com 81,5 anos. O cancro é aquele que mata pessoas numa faixa etária baixa: 73,4 anos. 

Dos 27.929 tumores malignos que provocaram em 2018 a morte do doente, 4 317 eram da traqueia, brônquios e pulmão. Estes são também os que matam mais cedo, com 71 anos em média. Este número (dos tumores da traqueia, brônquios e pulmão) representa 3,8% do total de mortes no país e um aumento de 1,8% em relação ao ano anterior.

“Estes tumores continuaram a atingir principalmente os homens, de forma muito expressiva, com taxas brutas de mortalidade muito diferentes entre homens (67,3 mortes por 100 mil homens residentes) e mulheres (19,1 óbitos por 100 mil mulheres residentes), que resultam numa relação de 315,3 óbitos de homens por 100 de mulheres”, realça o INE. Em 2018, a pneumonia atingiu mais os homens bem como o enfarte agudo do miocárdio. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários