Disponibilizar a eutanásia sem cuidados paliativos é “coagir a pessoa a uma escolha enviesada e capciosa”

Miguel Oliveira da Silva, obstetra e professor de Ética Médica, admite rever a sua oposição à despenalização da eutanásia quando o direito de acesso a cuidados paliativos estiver disponível para todos no Serviço Nacional de Saúde.

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Miguel Oliveira da Silva é médico obstetra e contrário à despenalização da eutanásia Francisco Romão Pereira

Promover a despenalização da eutanásia quando 80% das pessoas não têm acesso a cuidados paliativos “é altamente incorrecto do ponto de vista ético e da justiça e da equidade”, considera Miguel Oliveira da Silva, professor catedrático de Ética Médica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e ex-presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. “Quando o Estado disponibiliza a eutanásia e não disponibiliza cuidados paliativos está a coagir a pessoa a uma escolha enviesada e capciosa”, defende, colocando-se ao lado dos que reivindicam o referendo, mesmo reconhecendo os “perigos, as emoções e os alçapões” de uma consulta popular sobre a matéria.

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