Assis diz que o PS “apoiará naturalmente” uma candidatura de Ana Gomes a Belém

O PÚBLICO sabe que a ex-eurodeputada está a ser fortemente pressionada, dentro e fora do PS, para ser candidata a Presidente da República.

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Ana Gomes tem dito que não está disponível para se candidatar Miguel Manso

Francisco Assis diz não ter dúvidas que o PS “apoiará naturalmente” Ana Gomes se ela decidir avançar com uma candidatura presidencial e deu a entender que a ex-eurodeputada poderá ser candidata, apesar de ela, até ao momento, negar esse objectivo.

“Se ela for candidata, o PS, naturalmente, apoiará Ana Gomes. Sobre isso não tenho a mais pequena das dúvidas. Uns muito eufóricos, outros muito satisfeitos, outros contrariados, mas o PS apoiará”, afirmou Francisco Assis — que já escreveu um artigo de opinião no PÚBLICO a apoiar uma candidatura de Ana Gomes a Belém — na noite desta sexta-feira na SIC Notícias.

O antigo colega de Ana Gomes no Parlamento Europeu, diz que Marcelo Rebelo de Sousa “será naturalmente reeleito”, embora não sendo para ele certo que estas eleições sejam um passeio tão triunfal como foi a reeleição de Mário Soares à Presidência da República. “Isso depende para mim que haja alguém no espaço da esquerda democrática que se disponha a ser candidato a Presidente da República”.

E é aqui que, mais uma vez, surge o nome de Ana Gomes: “É uma pessoa que tem todas as condições para promover uma boa campanha eleitoral, trazer temas interessantes para o debate político, dignificar a função presidencial e obter um excelente resultado eleitoral, acrescentou.

Questionado sobre o facto de Ana Gomes dizer por diversas vezes que não tem nos seus objectivos ser candidata à Presidência da República, Assis afirmou: “Vamos ver.”

O PÚBLICO sabe que Ana Gomes está a ser pressionada, dentro e fora do PS, por figuras de peso da política e da sociedade portuguesa, para avançar com uma candidatura a Belém.

A todos Ana Gomes tem dito que não está disponível. E se alguns a pressionam apenas porque vêem na sua candidatura também uma forma de embaraçar e complicar a vida a António Costa, outros há que a vêem como uma cidadã com vida pública e perfil com todas as credenciais para se sentar na cadeira presidencial.

Ana Gomes aponta como principal razão o facto de essa candidatura lhe “coarctar a liberdade que é essencial” para a sua “capacidade de intervenção cívica”. Uma espécie de espartilho institucional que a obrigaria a colocar em segundo plano batalhas que trava há muitos anos, a começar pelo combate à corrupção.

Por outro lado, a antiga eurodeputada nunca avançaria para uma contenda que dividisse o PS. E ela sabe que uma sua candidatura poderia dividir o partido. Por fim, meio a brincar meio a sério, avançou ainda outra razão numa entrevista recente à RTP: “O primeiro-ministro, António Costa, jamais permitirá.”

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