Centeno diz que “caiu a máscara da responsabilidade ao PSD”

Ministro das Finanças arrasou o PSD no início das jornadas parlamentares do PS. Diz mesmo que a proposta dos social democratas para o IVA da electricidade “é ilegal”.E deixou claro que não está disposto a fazer grandes alterações ao Orçamento do Estado.

Gustavo Madero Muñoz
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Mário Centeno nas jornadas do PS LUSA/ANDRÉ KOSTERS
,Mário Centeno
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Ministro das Finanças com secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares LUSA/ANDRÉ KOSTERS
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Centeno com Ana Catarina Mendes, líder da bancada do PS LUSA/ANDRÉ KOSTERS

O ministro das Finanças teceu nesta terça-feira duras críticas ao PSD durante a abertura das jornadas parlamentares do PS, em Setúbal. Mário Centeno afirmou mesmo que caiu a máscara da responsabilidade” aos sociais-democratas e que as suas contas “não são para levar a sério”.

Depois de mais de 15 minutos a tecer loas ao Orçamento do Estado (OE) para 2020, ainda em discussão na Assembleia da República, Mário Centeno virou o seu discurso para a oposição, especialmente para o PSD.

Começou por se referir às cerca de 1300 propostas de alteração ao OE apresentadas pelos partidos da oposição, para deixar claro que não está disposto a fazer mexidas significativas no documento. “Começo a achar que é difícil alterar a natureza, às vezes até um pouco caótica, do processo orçamental em Portugal. (…) Vamos chegar ao fim da especialidade com um orçamento que mantém as contas certas”, afirmou.

Centeno lembrou que as propostas de alteração apresentadas são de dois grupos, “ou mais despesa ou menos receita” e apontou o PSD como o exemplo “mais pragmático” neste quadro. “O que o PSD fez ontem foi apresentar dezenas de propostas que ou têm mais despesa ou têm menos receita. (…) As propostas do PSD agravariam o défice em qualquer coisa como 2,2 mil milhões de euros. Aumentariam a despesa em mais ou menos mil milhões de euros e reduziriam a receita em mil milhões de euros”, afirmou.

Recordou que o OE foi apresentado há 42 dias e que só ontem PSD só entregou as suas propostas. “Apenas duas horas antes da hora limite”, disse, acusando ainda os sociais-democratas de “nunca estarem presentes” no debate orçamental, o que considerou ser “uma falta de seriedade”.

E referiu-se em especial à proposta do PSD para alteração do IVA da electricidade, dizendo que o partido de Rui Rio “consegue bater todos os partidos na irresponsabilidade”.

“O PSD está numa lógica de ganho político imediato, sacrificando de uma forma muito clara os interesses do país e dos portugueses. (…) O que aconteceu à direita é que lhe foram caindo os dirigentes no período do para além da troika e agora caiu-lhe de vez a máscara da responsabilidade. Nós, hoje, não sabemos de facto com que partido podemos contar”, acrescentou.

Imparável nas críticas, Centeno disse ainda que “uma negociação orçamental não é um arranjinho sobre o artigo 215”, nem “uma tarde bem passada numa comissão parlamentar qualquer a negociar uma medida que parece que é popular”.

Acusou também o PSD de ter apresentado as propostas, “mas não as contas”. “As contas não foram apresentadas porque não são para levar a sério”. Considerou também a proposta do IVA na electricidade do PSD como “ilegal, porque não cumpre a legislação nacional e comunitária”, e “irresponsável”.

Durante o seu discurso, Mário Centeno garantiu aos socialistas que “no final de Fevereiro, os pagamentos em atraso no Serviço Nacional Saúde [SNS] vão estar a zero”

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