Polícias na rua mostram o cartão vermelho a Centeno

Mantém-se aberta a negociação na Administração Interna com o secretário de Estado Adjunto, Antero Luís.

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Concentração junto ao Ministério das finanças, em Lisboa

“A descentralização do protesto reforça a mensagem”, disse na tarde desta terça-feira, ao PÚBLICO, José Miguel, vice-presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR), uma das nove organizações sindicais e associativas de polícias e militares que convocou para o dia de hoje concentrações em Braga, Lisboa e Faro.

No Campo das Cebolas, entre dois estaleiros, no espaço exíguo entre as obras do terminal fluvial do Terreiro do Paço e a remodelação da fachada do Ministério das Finanças, cerca de 150 polícias e guardas cumpriram o seu protesto.

Entregaram no ministério de Mário Centeno uma carta aberta dirigida ao titular da pasta, resumindo os problemas que os afectam. Da logística, meios e equipamentos, à assistência na saúde, dos suplementos e subsídios à necessidade de mais efectivos, à alteração da lei orgânica da PSP. Por cada um destes itens, eram recordadas as promessas governamentais que, segundo sindicatos e associações, ainda não foram cumpridas.

“A desmotivação, a revolta e até o desespero apoderam-se da grande maioria dos efectivos”, pode ler-se na missiva. “O apelo fica lançado, resta saber quais serão a reacção e intervenção do primeiro-ministro de Portugal e de todos os portugueses”, conclui a carta aberta.

“Viemos concentrar-nos junto ao Ministério das Finanças porque estamos a negociar com o Ministério da Administração Interna (MAI) e sempre nos é dito que as Finanças não permitem”, argumentou José Miguel. Dos bolsos, num mimetismo arbitral, sacaram cartolinas vermelhas simbolizando a expulsão dirigidas a Mário Centeno.

À beira Tejo, o protesto dos agentes e guardas não teve uma legião de seguidores, pondo de parte o previsto prolongamento da concentração. De acordo com o decidido no encontro nacional de sindicatos da PSP e associações da GNR de 9 de Janeiro, todos os meses estão marcadas novas acções. Se o calendário está fixado, a modalidade do protesto ficou em aberto no encontro realizado na Voz do Operário há 12 dias. Falou-se, então, da possibilidade, entre outras, de uma greve de zelo.

Entretanto, paralelamente e pelo menos até Abril estão agendados encontros com a equipa negocial do MAI liderada pelo secretário de Estado Adjunto, Antero Luís. Os resultados estão aquém do que sindicatos e associações pretendiam, mas mantém-se aberta a comunicação.

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