Jean-Paul Gaultier celebra 50 anos na moda com o que diz ser o seu último desfile de alta-costura

O mundo da moda prepara-se para um momento histórico: o designer francês Jean-Paul Gaultier anunciou que irá realizar esta semana o seu último desfile de alta-costura, adiantando que, em breve, dará a conhecer um novo conceito.

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O criador anunciou estar de partida da alta-costura CAROLINE BLUMBERG/LUSA
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Gaultier com a estrela do burlesco Dita Von Teese, em 2014 Benoit Tessier/Reuters
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Jean-Paul Gaultier com a actriz francesa Arielle Dombasle, em 2010 Benoit Tessier/Reuters
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Com a modelo Anna Cleveland, na apresentação da colecção de Outono/Inverno de 2015/2016 Stephane Mahe/Reuters
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O designer Jean-Paul Gaultier no fim da apresentação da sua colecção Outono/Inverno de 2009/10 Benoit Tessier/Reuters
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Rihanna vestiu um Jean Paul Gaultier para os Grammys, em 2011 Danny Moloshok/Reuters
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A top model Naomie Campbell, em 2002 Xavier Lhospice/Reuters
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Madonna no espartilho criado por Gaultier Jerry Lampen/Reuters
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Model Karlie Kloss presents a creation by French designer Jean Paul Gaultier as part of his Spring/Summer 2014 women's ready-to-wear fashion show during Paris fashion week September 28, 2013. REUTERS/ (FRANCE - Tags: FASHION) Benoit Tessier/Reuters
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Em 2018, Gaultier marcou a Semana da Moda com uma ode provocadora ao tabaco Reuters
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Dita Von Teese com uma criação de Jean Paul Gaultier, na apresentação da colecção Primavera/Verão 2019 na Semana de Moda de Paris Gonzalo Fuentes/Reuters
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No fim da apresentação da colecção Outono Inverno 2016/2017, em Paris Benoit Tessier/Reuters
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Jean Paul Gaultier na exposição em Brooklyn, Nova Iorque, que, em 2013, reuniu algumas das suas criações Carlo Allegri/Reuters
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Paris, 2004 Philippe Wojazer/Reuters

Não é o fim das criações com o selo Jean-Paul​ Gaultier, mas será o início de uma nova etapa, com o designer a anunciar, num vídeo que publicou nas redes sociais, a decisão de se afastar dos desfiles de alta-costura, celebrando cinco décadas na indústria com um derradeiro espectáculo na passerelle, agendado para esta semana, em Paris.

Num vídeo em que o próprio surge ao telefone, como que a convidar amigos, Jean-Paul​ Gaultier começa por dizer: “Vou celebrar o meu 50.º aniversário na moda com um enorme show de alta costura”. A festa, explica, que “terá muitos amigos” e que será para durar “até muito, muito tarde”, guarda ainda um segredo: “Este será o meu último desfile de alta-costura”. 

Não se pense, porém, que a carreira de Gaultier termina aqui: “A Gaultier Paris irá continuar, a alta-costura irá continuar. Eu tenho um novo conceito, sobre o qual falarei depois [contando] todos os pequenos segredos”.

Aos 67 anos, Gaultier prepara-se para voltar a surpreender o mundo da moda, sem que se saiba para já o que irá acontecer com a sua marca, propriedade da empresa espanhola Puig.

Meio século de irreverência

Conhecido por ter vestido estrelas como Madonna (é ele o autor do espartilho que a cantora vestiu para interpretar o tema Like a virgin durante a Blond Ambition World Tour, em 1991) ou Marilyn Manson, como o exibido no álbum The Golden Age of Grotesque, Gaultier sempre cultivou um estilo irreverente, tendo ainda inscrito o seu nome no cinema, ao assinar os guarda-roupas de filmes como O 5.º Elemento (1997), de Luc Besson, A Cidade das Crianças Perdidas (1995), de Marc Caro e Jean-Pierre Jeunet, ou O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela (1989), de Peter Greenaway.  

Uma das suas últimas provocações decorreu durante a Semana de Paris de 2018, quando Gaultier fez deslizar pela passerelle uma espécie de ode ao tabaco. “Eu não fumo, mas sempre estive cercado por pessoas que fumavam”, declarou o designer depois da passagem de modelos. “Eu não digo que se deva fumar ou não; só que as pessoas devem fazer o que querem.”

Gaultier deu os seus primeiros passos na indústria como aprendiz do francês Pierre Cardin, na década de 1970, apresentando a sua primeira colecção individual em 1976. Mas seria no início da década seguinte que Gaultier emergiria como um dos principais jovens talentos da moda francesa, agitando a indústria com designs que levavam para a passerelle a cultura de rua, o punk ou a cena dos clubes gay.

Mais tarde, trabalhou como director artístico da Hermès, que possuía uma grande participação da sua empresa e que, em 2011, vendeu à Puig.

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