Esqueça a etiqueta e o protocolo no Natal

“Não há etiqueta no Natal, mas sim, boas maneiras, educação e hábitos familiares”, declara Paula Bobone.

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Reuters/ANNEGRET HILSE

Até quando é de bom tom dar um presente de Natal a alguém com quem não vamos festejar a quadra festiva? O que oferecer a quem que não é da nossa esfera pessoal? Como devemos receber os convidados em nossa casa na véspera e no dia de Natal? Vasco Ribeiro e Paula Bobone, especialistas em etiqueta, respondem.

“Não há etiqueta no Natal, mas sim, boas maneiras, educação e hábitos familiares”, declara Paula Bobone, autora do livro Educação Queque, argumentado que o Natal é uma reunião em família que deve ser espontânea e descontraída, sem grandes formalidades. Por isso, “a questão de protocolo não se coloca em casa” e as pessoas sentam-se à volta da mesa como e onde bem quiserem, acrescenta Vasco Ribeiro. “Mas os anfitriões devem ser sempre os últimos a sentar-se e a levantar-se da mesa”, adverte o autor de Etiqueta Moderna, o manual das novas boas maneiras.

Quanto às prendas, é de “bom senso” dá-las até à véspera de Natal àquelas pessoas que não fazem parte da nossa esfera pessoal, recomenda. Também Bobone sugere combinar um chá ou um café para a troca de presentes. “Mas se for depois da data, não choca a sensibilidade” de ninguém, ressalva. Se não for possível, “não é de todo de mau tom entregar até ao Ano Novo”, tranquiliza Vasco Ribeiro.

Presentes para todos

E o que oferecer a pessoas que não conhecemos assim tão bem, mas queremos dar uma lembrança? O melhor é jogar pelo seguro para não se comprometer, sublinha Vasco Ribeiro, dando algumas sugestões: uma caixa de bombons, um licor ou uma garrafa de vinho do Porto, caso seja uma mulher, ou uma garrafa de whiskey, se for homem. 

O ideal é não dar coisas muito personalizadas como cuecas ou meias a pessoas que não são da nossa intimidade”, adverte Paula Bobone, dando outras sugestões: uma moldura ou uma garrafa de champanhe, justificando que desta forma quem oferece corre menos riscos de errar, mesmo que não saiba bem do que o outro gosta. Em comum, os dois especialistas em etiqueta sugerem a oferta de um bom livro

No caso dos familiares, Vasco Ribeiro sugere uma gravata ou um perfume; e jogos e livros didácticos para as crianças. Paula Bobone propõe algo mais útil como, por exemplo, uma Bimby, ou mais personalizado como uma jóia ou um relógio.

Seja pontual

Se for passar o Natal a casa de amigos ou familiares, seja pontual. Pode chegar mais cedo, mas no máximo 15 minutos antes da hora marcada, ressalva Vasco Ribeiro, coordenador da pós-graduação em Imagem, Protocolo e Organização de Eventos da Universidade Europeia, em Lisboa. No caso de se atrasar, deve sempre avisar.

Se for anfitrião, deve receber os convidados à porta, conduzi-los à sala de estar ou de jantar e servir-lhes um aperitivo enquanto esperam que os restantes cheguem e comecem todos a jantar.

Se tem crianças, o ideal é reuni-las na mesa principal e comerem ao mesmo tempo que os adultos, porque “o Natal é em família”, justifica Vasco Ribeiro. Reunir as crianças noutra mesa junto à principal quando são muitas é unânime para os dois autores.

Vasco Ribeiro diz que ainda se mantém a tradição de abrir as prendas à meia-noite ou na manhã do dia de Natal por uma questão de ritual e não de protocolo. Ainda assim, continua, diz a etiqueta que, no dia seguinte, se deve agradecer o convite pelo jantar de Natal. Já Paula Bobone defende que se deve mostrar gratidão, faz parte da educação”, mas não é preciso tanta formalidade, porque “é uma festa da família e deve-se ser espontâneo”

Por fim, Vasco Ribeiro sugere uma toalha especial, um arranjo de mesa e castiçais com velas acesas que são a cereja no topo bolo”.

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