Ex-maquinista de barcos do Douro condenado a três meses de prisão com pena suspensa

Trabalhador estava acusado de difamação devido a publicações no Facebook sobre o empresário Mário Ferreira.

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O empresário Mário Ferreira ganhou a acção fvl Fernando Veludo/NFACTOS

Um ex-trabalhador dos barcos do Douro foi nesta terça-feira condenado a três meses de prisão com pena suspensa na sua execução durante um ano e a pagar uma multa de mil euros por difamar o proprietário da empresa Douro Azul.

“O tribunal considera que há limites para o direito de expressão (...) e que este não prevalece em qualquer circunstância”, afirmou a juíza do Juízo Local Criminal do Porto.

O empresário Mário Ferreira deduziu acusação particular, acompanhada pelo Ministério Público, contra o ex-maquinista Gonçalo Gomes que, em 18 de Junho de 2017, o classificou numa publicação na rede social Facebook como “o tubarão que não gosta de verdades” e que “tresanda a exploração e corrupção [a actividade empresarial] onde mete as mãos”.

O ex-maquinista já tinha sido condenado a multa por ofensa à empresa de Mário Ferreira, a Douro Azul.

Tendo igualmente como pano de fundo considerandos acerca da alegada exploração laboral na actividade marítimo-turística no rio Douro, Gonçalo Gomes foi também condenado a multa por ofensa a outra operadora de turismo fluvial, a Tomaz do Douro - Empreendimentos Turísticos, Lda., para a qual trabalhou.

A Tomaz do Douro acusou-o de imputar à empresa factos que “assumem carácter calunioso”, em posts na rede social Facebook, após terminar “por caducidade” o contrato de trabalho do funcionário, em 04 de Dezembro de 2016.

Nesta terça-feira, em tribunal, o Gonçalo Gomes foi condenado a três meses de prisão com pena suspensa na sua execução pelo período de 12 meses, sendo que durante esse tempo tem de ser acompanhado pela Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

“As acusações ultrapassam a linha, sejam as pessoas figuras públicas ou não, não o pode fazer (...) Espero que possa aproveitar esta oportunidade para reflectir. A sua liberdade termina onde começa a dos outros”, aconselhou a juíza.

Além do cumprimento da pena de prisão suspensa, o arguido foi também condenado a pagar uma multa de mil euros por danos não patrimoniais, apesar do valor inicialmente pedido pelo empresário Mário Ferreira ascender aos cinco mil euros.

Após a sessão, Gonçalo Gomes admitiu, em declarações aos jornalistas, não estar “admirado” com a sentença proclamada. “É uma sentença normal de um tribunal que se verga perante uma figura pública”, disse.

Por sua vez, a advogada de defesa do ex-maquinista adiantou que apesar da sentença ser passível de recurso, ainda vai “avaliar a situação”.

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