Pôr alcatrão novo na Segunda Circular vai custar 5,3 milhões

Câmara de Lisboa discute lançamento do concurso público para “uma intervenção provisória”. A criação de uma via para transportes públicos é “exequível”, mas ainda não tem data para avançar.

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ENRIC VIVES-RUBIO

Fernando Medina ainda não desistiu de fazer obras de fundo na Segunda Circular e nos últimos tempos tem andado a pensar em lá pôr uma via exclusiva para transportes públicos que ligue Benfica ao Parque das Nações. Mas enquanto o projecto não avança a estrada vai-se degradando: há buracos e sinalização em falta ao longo dos 10 quilómetros da via.

A Câmara de Lisboa vai discutir esta quinta-feira uma proposta para corrigir esses problemas. O concurso público para a repavimentação de uma das estradas mais movimentadas do país tem o preço-base de 5,3 milhões de euros e a autarquia assume tratar-se de “uma intervenção provisória”.

A empreitada tem a duração estimada de 300 dias, quase um ano, e será dividida em duas fases: na primeira vai ser repavimentado o troço entre Benfica e o Aeroporto; na segunda o troço no sentido contrário.

Na proposta que vai a votos, o vice-presidente da câmara e vereador das Finanças, João Paulo Saraiva, escreve que “é indispensável proceder, desde já, a uma intervenção de manutenção” da via, “não obstante os estudos ainda em curso e as obras de fundo a realizar com vista à concretização de uma solução definitiva para a Segunda Circular”.

Os estudos a que se refere dizem respeito à criação de um canal para transporte colectivo em sítio próprio (TCSP), como o metrobus ou eléctricos, que faça a ligação “entre as estações ferroviárias de Benfica e do Oriente, passando pela Segunda Circular até à Alameda dos Oceanos”. A autarquia diz que essa ambição é “exequível”, mas ainda não se sabe quando nem quanto custará.

Há cinco anos, Medina anunciou obras “de grande ambição” para a Segunda Circular que envolviam sobretudo a repavimentação total e a arborização do separador central. Os trabalhos, orçamentados em 14 milhões de euros, nunca sequer começaram porque a câmara decidiu suspendê-los para não favorecer um consultor que era, simultaneamente, fornecedor de um produto.

Desde então, segundo um relatório interno escrito em Fevereiro deste ano a que o PÚBLICO teve acesso, foram feitas 51 selagens asfálticas para tapar buracos, foi construído um novo viaduto de ligação à Av. Padre Cruz e foram reparados alguns candeeiros.

A obra que agora vai a concurso destina-se, segundo a proposta, à “renovação da camada de desgaste do pavimento”. Fernando Medina garantiu há semanas que a obra “não afectará a circulação durante os dias de semana, concentrar-se-á à noite e aos fins-de-semana, e, por isso, a Segunda Circular, durante os dias de semana, de manhã e à noite, manterá a sua funcionalidade”.

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