Não acabaram os discos de série B de Bonnie “Prince” Billy

Pondo fim a um longo intervalo de produção própria enquanto Bonnie “Prince” Billy, Will Oldham lança um álbum que não pretendia sê-lo. I Made a Place é luminoso quando, à sua volta, só vê futilidade, opressão, raiva e desespero.

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Christian Hansen

Passaram-se oito anos desde Wolfroy Goes to Town, a última vez em que Will Oldham se serviu do seu alter ego Bonnie “Prince” Billy para acrescentar ao mundo mais um punhado de belíssimas canções — assombradas por relações mal resolvidas com os afectos, os medos, as obsessões, as dúvidas, as fraquezas, as angústias e as pequenas vitórias. Mas Oldham não trancou Billy num lugar escuso, não o retirou de cena, nem tão-pouco o votou a um silêncio eremita que seria fácil de encaixar na mitologia de um músico que tem construído um espantoso percurso como Bob Dylan ou Johnny Cash dos pobrezinhos. Não por uma questão de menorização (Cash, tal como Rosalía, gravaram as suas versões de I see a darkness, um dos temas maiores de Bonnie), mas porque Oldham se mantém uma figura marginal, ídolo maior de um circuito que é demasiado estreito para encher estádios ou garantir um lugar entre nomeados de quaisquer prémios carimbados pela indústria.

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