Intervenção da polícia em festa em São Paulo provoca a morte de nove pessoas

Pelo menos nove pessoas ficaram esmagadas e sete ficaram feridas na madrugada deste domingo, quando dois suspeitos armados se infiltraram num baile funk e a polícia respondeu aos tiros dos suspeitos.

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Paraisópolis Wikimedia Commons

Pelo menos nove pessoas morreram este domingo esmagadas e sete ficaram feridas durante uma intervenção da polícia numa grande festa na favela de Paraisópolis, em São Paulo, Brasil, anunciou a polícia local.

Segundo o boletim de ocorrências da polícia, os agentes estavam a perseguir dois suspeitos pessoas que se deslocavam de mota em Paraisópolis, quando estes dispararam contra a polícia e fugiram para o meio da festa, onde se encontravam mais de cinco mil pessoas. A intervenção aconteceu durante um baile funk, populares entre as comunidades suburbanas do Brasil, realizada em Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, onde vivem cerca de 100 mil pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. É uma das maiores favelas brasileiras.

A polícia chamou, de imediato, reforços e entrou no local quando as pessoas estavam a dançar. O porta-voz da polícia disse que participavam na operação 38 agentes e 14 carros.

“Eles usaram as pessoas como escudos humanos para tentar impedir a acção da polícia. As pessoas foram todas na direcção dos agentes, arremessando pedras e garrafas. Houve a necessidade de munição química. Foram quatro granadas, duas de efeito moral e duas de gás lacrimogéneo, além de oito disparos de balas de borracha para dispersar as pessoas que estavam no local, colocando a vida dos policiais e dos frequentadores em risco”, disse o porta-voz da Polícia Militar, o tenente-coronel Emerson Massera.

Mas há denúncias, e vídeos, de agressões da polícia em ruas próximas do local onde decorria a festa.

O comissário de polícia Emiliano da Silva Neto disse aos jornalistas que as mortes aconteceram em resultado de “um acidente” causado pelo “efeito rebanho” e enfatizou que, em princípio, “não houve nenhum excesso” cometido pela polícia.

O governador do Estado de São Paulo, João Dória, lamentou a tragédia através das redes sociais e determinou uma “rigorosa investigação dos factos para esclarecer quais eram as circunstâncias e de quem foi a responsabilidade pelo triste episódio”.

Alguns dos moradores da favela em causa admitiram que há várias famílias na comunidade que “estão desesperadas” porque os seus filhos estavam na festa e ainda não voltaram para casa.

A identidade das vítimas não foi ainda revelada, mas o jornal Estado de São Paulo diz tratar-se de uma mulher, sete homens e um adolescente de 14 anos.

O governador de São Paulo, João Dória, disse que vai abrir um inquérito ao que aconteceu.

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