Líder da CDU alemã não está disponível para renegociar coligação com o SPD

Annegret Kramp-Karrenbauer apelou aos sociais-democratas para que decidam se querem continuar no Governo e garantiu que os democratas-cristãos continuam empenhados na coligação.

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A provável sucessora de Angela Merkel num futuro governo tem o apoio das fileiras democratas-cristãs LUSA/FILIP SINGER

A nova liderança do Partido Social-Democrata (SPD) alemão veio criar ainda mais incerteza sobre o futuro da grande coligação com os democratas-cristãos. A líder da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer (AKK), não perdeu tempo a reagir dizendo estar empenhada nesta solução governativa e garantiu não estar disponível para renegociar o acordo de coligação.

“É bom que o SPD tome uma decisão”, disse AKK. “Para a CDU é bastante claro: estamos empenhados nesta coligação, na base do que foi negociado”.

A posição da provável sucessora da chanceler Angela Merkel num futuro governo é transversal às fileiras dos democratas-cristãos. “Obviamente que nada será renegociado neste momento. Isso está bem claro”, disse Armin Laschet, chefe do governo da Renânia do Norte-Vestefália, à televisão alemã Deutschlandfunk, citado pela Reuters. “Renegociar só por uma das partes o querer, por a liderança do SPD ter mudado, não vai ser aceite pelos democratas-cristãos”.

dupla Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken foi eleita no sábado para liderar o SPD. Os dois novos líderes pertencem à ala esquerda da mais antiga formação política no país e são críticos da participação do partido desde 2013 na coligação liderada por Merkel, que tem desgastado o SPD. 

Walter-Borjans e Esken já disseram querer renegociar o acordo da coligação formada para durar até ao fim da presente legislatura, em 2021. E, caso não seja possível, estão dispostos a abandonar o Governo, dando azo a eleições antecipadas. Mas, por agora, a nova liderança terá de ser confirmada pelos delegados ao congresso do SPD, agendado para o próximo fim-de-semana. 

A ida às urnas não se afigura favorável aos sociais-democratas. Nas eleições de 2017, o partido obteve 25,7% dos votos, o pior resultado desde 1933, e as sondagens mais recentes ainda lhe dão piores resultados: não ultrapassa os 15% das intenções de voto. Fica em terceiro lugar, atrás da CDU e dos Verdes, e a apenas um ponto de avanço do partido de direita radical Alternativa para a Alemanha. 

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