Fernando Medina desmente ida para o Governo para o lugar de Mário Centeno

Autarca socialista considera “um pouco bizarro” que se tenha gerado uma discussão à volta do comentário de Marques Mendes e diz: “Sou presidente da câmara com muito gosto.”

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Fernando Medina com António Costa e Mário Centeno na descida do Chiado na antevéspera das eleições legislativas de Outubro Francisco Romao Pereira

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, reagiu nesta quinta-feira com humor ao comentário televisivo de domingo de Luís Marques Mendes, que disse que no PS fala-se em segredo do seu nome para ocupar a pasta das Finanças, tutelada por Mário Centeno. Segundo Marques Mendes, o ministro de Estado e das Finanças estará em rota de colisão com o primeiro-ministro, António Costa.

Questionado se se vê como ministro das Finanças, Fernando Medina respondeu: “Vejo-me como presidente da câmara com imenso gosto, é o que gosto de fazer.” No espaço de comentário que partilha na Renascença com João Taborda da Gama, o autarca socialista considerou “um pouco bizarro” o facto de haver discussão em torno de um comentário. “O Governo tomou posse há cerca de uma semana e alguém lança um comentário dessa natureza e está tudo a discutir”, afirma Fernando Medina, dando conta de que sorriu quando ouviu o comentário. 

Domingo à noite, no seu habitual espaço de análise na SIC, Marques Mendes afirmou que Mário Centeno estaria em rota de colisão com o primeiro-ministro e que no PS se falaria em segredo na sua substituição por Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, onde sucedeu a António Costa.

“Mário Centeno está em rota de colisão com o primeiro-ministro. Foi despromovido, não falou no debate [do programa do Governo] e está de saída. Ou sai já em 2020, ou em 2021. Isso já não será novidade. A grande novidade pode ser quem o vai substituir”, afirmou Luís Marques Mendes, que já antes tinha dedicado parte do seu comentário ao debate sobre o programa do executivo.

Para o antigo líder do PSD, há duas hipóteses em cima da mesa: uma passa por uma solução interna e outra por convidar alguém de fora do Governo. A solução interna (e mais provável, de acordo com o ex-líder do PSD) será Mourinho Félix, actual secretário de Estado. “É uma escolha natural. É o número dois nas Finanças. É o substituto de Centeno. É o representante do Governo no Eurogrupo”, explicou. Já a solução externa (e menos provável, segundo Mendes) é “uma surpresa de que se fala em segredo num círculo restrito dos bastidores” do PS. “Essa surpresa seria Fernando Medina, o presidente da Câmara de Lisboa. Medina deixaria a autarquia e passava a integrar o Governo num cargo importantíssimo”, acrescentou o comentador.

Ao escolher Medina, António Costa estaria assim a dar um sinal quanto à sua sucessão. “Este é o último Governo de Costa que, no final da legislatura, quer rumar a Bruxelas para um cargo europeu. Ora, Fernando Medina sempre foi o delfim de António Costa. É quem o primeiro-ministro mais gostava de ver como seu sucessor”, justificou Marques Mendes, para quem “trazer Medina para o Governo seria fazer ‘dois em um': reforçava o estatuto de Medina e evitava os riscos de uma eleição.”

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