Arquitectos voluntários vão ajudar na reconstrução das casas ardidas em Monchique

Vai também haver um concurso para a apresentação de uma casa modelo adaptada àquele concelho da serra do Algarve.

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Rui Gaudencio

Um conjunto de arquitectos voluntários vai ajudar os proprietários na elaboração dos projectos de reconstrução de casas ardidas em 2018 em Monchique, no âmbito de um protocolo assinado nesta terça-feira entre o município e a Ordem dos Arquitectos.

“É a primeira vez que o programa de profissionais voluntários, criado pela Ordem em 2017, intervém para ajudar na elaboração dos projectos para a reconstrução e melhoria de habitações em zonas afectadas pelos fogos”, disse a presidente da secção do sul da Ordem, Paula Torgal.

O programa Arquitectos Voluntários de Apoio a Emergências (AVAE), criado logo após os incêndios de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, vai disponibilizar ao município de Monchique, no distrito de Faro, uma bolsa de arquitectos para ajudar na reconstrução de primeiras habitações.

Na sua intervenção na cerimónia de assinatura do protocolo entre a Câmara de Monchique e a Ordem dos Arquitectos, Paula Torgal congratulou-se pelo facto de a autarquia do Algarve “ter aceitado a disponibilidade dos arquitectos”.

É que, segundo aquela responsável, embora a bolsa de arquitectos voluntários se tenha manifestado disponível para ajudar as populações afectadas pelos incêndios da região Centro, em 2017, “essa ajuda não foi para a frente”.

Paula Torgal escusou-se, no entanto, a pormenorizar os impedimentos que levaram a que a ajuda não se tivesse realizado, alegando terem existido, também, “demasiados problemas burocráticos”.

Em Monchique, os arquitectos que integram o programa fazem parte de equipas multidisciplinares, com engenheiros e outros profissionais, “todos disponíveis para ajudarem gratuitamente as populações em casos de emergência”.

O presidente da Câmara de Monchique, Rui André, indicou, por seu turno, que o apoio dos arquitectos e de outras ordens “começou a ser prestado pouco tempo depois dos incêndios, tendo hoje sido formalizado o acordo oficial”.

“É um apoio importante para ajudar na reconstrução e dotar as habitações com todas as condições de conforto”, sustentou o autarca, acrescentando que “o espírito solidário” é importante nesta fase, embora, em algumas situações, o trabalho daqueles profissionais “possa não ser totalmente gratuito”.

Rui André disse ainda que a aproximação com a Ordem dos Arquitectos vai também dar origem a um concurso para a apresentação de uma casa modelo adaptada àquele concelho da serra do Algarve.

“É um desafio aos arquitectos portugueses para que pensem na forma para que possamos ter casas seguras e confortáveis”, frisou.

De acordo com o autarca, a quase totalidade dos processo de recuperação das casas ardidas no grande incêndio de Agosto de 2018 “está a correr a um ritmo razoável”, embora “mais lento do que o previsto”.

“Temos seis casos que estão mais atrasados, nos quais a autarquia poderá ter que liderar os processos, porque as pessoas não têm a capacidade por si só”, frisou.

Segundo o autarca, está previsto, até ao final do ano, que estejam concluídos todos os processos que deram entrada no Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e as obras nas habitações concluídas até ao verão de 2020.

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