Hoje pode assistir a uma chuva de estrelas (se as nuvens deixarem)

Esperam-se que 20 meteoros por hora risquem a atmosfera, num fenómeno cujo pico observável acontece esta terça-feira às 20h. Não é necessário nenhum equipamento específico para assistir ao fenómeno, basta olhar para o céu.

,Eta Aquariids
Fotogaleria
Imagem do cometa Halley capturada pela NASA em Março de 1986 NASA
Fotogaleria
Exemplo da ocorrência de uma chuva de estrelas ALI JAREKJI/REUTERS (ARQUIVO)

Esta terça-feira, por volta das 20h, vai poder assistir a uma chuva de estrelas — ou melhor, de meteoros das Oriónidas. Em Portugal, o fenómeno já está visível desde 2 de Outubro e permanecerá até 7 de Novembro, mas esta noite será mais intenso: surgirá a um ritmo de 20 meteoros por hora que vão riscar o céu a uma velocidade de 66 quilómetros por segundo​. Para a observar não precisa de qualquer material de observação específico. Basta olhar para o céu, mais concretamente para a constelação de Órion.

“As Oriónidas terão o instante da actividade máxima no no dia 22 pelas 20h, um dia depois do Quarto Minguante e um período de actividade mais alargado. Esta chuva de meteoros resulta dos detritos deixados pelo cometa Halley, que passou a última vez pela Terra em 1986”, explica o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) na página onde divulga outros fenómenos do céu nocturno de Outubro.

“Popularmente, é conhecida por chuva de estrelas, mas o que de facto estamos a ver é um enxame de meteoros, pequenas partículas de poeira ou restos de rochas que entram na nossa atmosfera e começam a arder. O que nós vemos cá em baixo é o rasto luminoso dessa combustão”, explicou Susana Ferreira, do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), ao PÚBLICO em Dezembro.

Foto
Imagem do Halley capturada pela Agência Espacial Europeia (ESA) ESA

Esta será, aliás, a segunda chuva de meteoros deste mês: o instante da actividade máxima das Dracónidas (também chamadas de Giacobínidas, são uma chuva de meteoros que está associada ao cometa Giacobini-Zinner) foi no dia 9 de Outubro às 6h. “O nome Dracónidas resulta dos traços das suas estrelas cadentes parecerem sair dum ponto da constelação do Dragão, assim o radiante da chuva das Dracónidas encontra-se na constelação do Dragão”, lê-se na mesma página. O mesmo acontece com o nome da chuva das Oriónidas já que “o seu radiante está na constelação de Orionte”.

Como tanto as Dracónidas como as Oriónidas são chuvas de fraca intensidade, o OAL recomenda que aqueles que as queiram observar evitem noites nubladas e a poluição luminosa das grandes cidades, e que procurarem um horizonte desimpedido. Para esta noite, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê um céu pouco nublado em quase todas as regiões do país, apresentando períodos de maior nebulosidade na região Sul até meio da tarde e aumentando de nebulosidade nas regiões Norte e Centro durante a tarde. Ainda assim, pode tentar a sua sorte ou experimentar observar esta chuva de meteoros num dia que não esta terça-feira desde que seja até 7 de Novembro.

O cometa Halley completa uma órbita solar cada 75 ou 76 anos. Em 1705, o britânico Edmond Halley mostrou que cometas vistos da Terra em 1531, 1607 e 1682 eram o mesmo objecto, que voltaria em 1758. O cometa foi pontual e foi baptizado em sua honra. A seguir, dezenas de passagens anteriores do Halley, que remontam a 240 a.C., foram confirmadas graças a registos históricos. A sua última visita foi em 1986 e a seguinte será em a 27 de Julho 2061 — segundo a contagem da NASA, só teremos de esperar mais 41 anos, 9 meses, cinco dias e algumas horas para que este se aproxime novamente do Sol. Mas o encontro mais próximo foi o de 1910: a 18 de Maio, a Terra terá atravessado a cauda do Halley. 

Sugerir correcção
Comentar