De volta ao hospital em New Amsterdam

Depois de um enorme cliffhanger, a segunda temporada da idealista série de médicos do FOX Life estreia-se esta quinta-feira, às 22h20.

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O actor norte-americano Ryan Eggold no papel do protagonista, Max Goodwin cortesia fox

Não se podia fazer perguntas sobre política ao norte-americano Ryan Eggold e às britânicas Freema Agyeman e Janet Montgomery, as estrelas de New Amsterdam que estavam sentadas no sofá de um hotel do Soho londrino numa tarde de Junho. Mas mesmo assim, essas são as perguntas que vêm logo ao de cima, ou não fosse a série de médicos da FOX Life, que regressa para uma segunda temporada esta quinta-feira, às 22h20, explicitamente sobre os cuidados de saúde norte-americanos.

Passada no hospital fictício que lhe dá o nome, inspirado no nova-iorquino Bellevue, o hospital público mais antigo dos Estados Unidos, que trata, diz Eggold, “do sem-abrigo ao presidente” e baseada no livro de memórias de Eric Manheimer, que foi seu director médico durante 15 anos, New Amsterdam é extremamente idealista no que toca a uma das questões que está no centro da política norte-americana.

Eggold está no papel do protagonista, Max Goodwin, um médico inspirado no próprio Manheimer que faz o máximo para cuidar dos seus pacientes sem ter medo de chegar a extremos para ajudar um paciente e mudar o sistema, lutando contra tudo e todos, da administração do hospital à indústria farmacêutica. Esta segunda temporada, que chega cá dois dias após se estrear nos Estados Unidos, por exemplo, arranca com um episódio que lida com os preços inflacionados da insulina para diabéticos e com a forma como se barram arbitrariamente cuidados médicos a adolescentes transgénero.

Tal como Manheimer, que sobreviveu a um cancro na garganta, Goodwin tem de lidar com a sua própria doença ao mesmo tempo que tenta salvar os outros, muitas vezes em detrimento da sua saúde. O actor, que antes apareceu em séries como 90210 e The Blacklist e em 2018 fez de líder local do Ku Klux Klan em BlacKkKlansman: O Infiltrado, de Spike Lee, garante ao PÚBLICO que gostava mesmo que o optimismo da série criada por David Schulner servisse “para empurrar as coisas para a direcção certa” no que toca a cuidados de saúde acessíveis nos Estados Unidos. 

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Actriz Debra Monk no papel de uma das pessoas da administração no hospital New Amsterdam cortesia Fox

Eggold explica ainda que o consultor da série aparece frequentemente nas filmagens para dizer o que é ou não inverosímil no que tentam representar no ecrã. Não é a única ligação à realidade nesta fantasia optimista. Os actores visitam com frequência o Bellevue original, e até filmam lá de vez em quando, sempre com cuidado para não perturbarem o normal funcionamento do hospital. Freema Agyeman — faz de directora do serviço de oncologia do New Amsterdam e é mais conhecida pelos papéis em Doctor Who e Sense8 — partilha que um dia tentou tirar uma fotografia dentro de Bellevue e foi impedida de o fazer. A série tenta ter, concordam todos, a mesma diversidade que se encontra num ambiente hospitalar verdadeiro e mostrar o máximo de pessoas diferentes, como “mulheres com hijab" e “anões”, no fundo da acção, sem chamar a atenção para isso.

No final da primeira temporada, ficou no ar um enorme cliffhanger. Havia pessoas que podiam ou não ter morrido. Para os actores, pelo menos em Junho, era muito fácil manterem o segredo de quem morreu ou não: tirando as suas próprias personagens, não faziam ideia, os argumentos da nova época ainda não lhes tinham chegado, nem tinham tido oportunidade para os bisbilhotar, já que a equipa de guionistas trabalha em Los Angeles e eles em Nova Iorque. E o primeiro episódio leva o seu tempo a responder às questões que os espectadores possam ter. Mas o que aí vem, explicam os três actores, é uma espécie de reinício. Até porque, admite Eggold, a sua personagem “não pode ter cancro para sempre”.

O PÚBLICO viajou a convite da FOX. 

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