Comunicar saúde: deuses e demónios a noroeste de Portugal

A liberdade para escolher a saúde de cada um deveria ser um direito. Mas não é. A ministra da Saúde não deixa.

Porque não tenho eu direito à minha saúde? Há pessoas. Há propaganda. Há doença. Não há saúde. A ministra da saúde defende, com propaganda exímia, a canhota saúde à esquerda, apesar do Governo que arrolou a discípula de Manuel Delgado (não esquecer) promover uma pseudo justiça social. Daquele tipo que paga tudo, mas sem verba para nada. Por isso foi contratada: para sorrir e se armar em “durona”, que o António Costa tanto adora esta front de fer.

Dá-se ao despautério de afirmar a deputados do partido do Governo que é de esquerda. Bem, se calhar, a par de um envelhecimento da classe (política), as ideias estão a atingir um estadio agudo na doença. Uma coisa é a teoria, outra a prática. Os portugueses, os descendentes de emigrantes e estes são esquecidos por este estado. Os acompanhantes, mães de filhos com cancro — de doentes evacuados, como os de São Tomé e Príncipe, não têm direito a prestação de cuidados de saúde sem pagar 35 euros de taxa de acesso.

Eu pago muito menos com a ADSE sem longa esperas nos centros de saúde, alguns dos quais a funcionar em vãos de escada. Ainda assim, aparecem ex-dirigentes da ala extrema-esquerda (como a Marta Temido, que afinal é do Bloco) já reformados. O PÚBLICO fez um trabalho excelente numa área que investigo há anos: prevenção da doença, promoção da saúde (e não a conservação dos peixes em Loulé).

Na edição de 23 de Agosto, relembra-nos que — recordo que também existem ainda as receitas dos impostos cobrados no tabaco — o Decreto-Lei (DL) n.º 56/2006 regula a forma de distribuição dos resultados líquidos dos jogos sociais explorados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, determinando que as normas regulamentares necessárias à repartição anual das verbas dos jogos sociais são aprovadas por portaria do ministro responsável pela área sectorial, para vigorar no ano seguinte. A última alteração a este decreto foi em Abril de 2018”.

Ou seja, o decreto mudou, mas o ministério arrecadou 327 mil euros por dia, para promover saúde (e não para a sua propaganda, que deve ser fruto do seu orçamento). Pois é: servir os interesses da propaganda e menos dos portugueses e dos jovens que estão fartos e cansados destes velhos do Restelo que comunicam para o seu umbigo. E nada para os públicos-alvo, considerados vulneráveis. 

Não protejo e “não conservo” pessoas que se escondem numa capa de deusa da promoção da saúde, com valores não isentos, mas verdadeiros diabos contra a medicina, leia-se saúde. O médico e escritor Namora escreveu como ninguém sobre os deuses e demónios (na ciência) da medicina. Entenda-se por demónios as doenças e deuses a Saúde, que todos desejamos e quase nenhum promove (sem propaganda), nos termos da Carta de Ottawa, mas que quase nenhum ser humano atinge.

A liberdade para escolher a saúde de cada um deveria ser um direito. Mas não é. A Marta Temido não deixa. Pensa que todos devemos fazer o que ela quer. Mas estamos fartos da sua propaganda e ainda mais, da sua falta de humildade. Todos os portugueses deveriam poder aceder a um tratamento num SPA, como a estação termal de Longroiva, onde até a Rainha e Santa Isabel se banhou — em exposição a banheira em granito — antes de se casar com o lenhador, Dom Dinis, cujo Pinhal não foi nem protegido, e sim, nem “conservado” (como diz o protetor da Marta) pelas autoridades de proteção civil e/ou da administração interna. E como isso terá impacto na saúde dos portugueses. 

Mortais comuns

As armas e os barões estão assinalados e serão castigados. No dia de S. Nunca. Se os portugueses fossem todos iguais, os primos e familiares designadamente, poderiam ter as condições dignas que um estado de abandono, cada vez maior, lhes oferece, para a sua saúde mental. Na verdade, há demónios, parafraseando Namora, na medicina, leia-se na saúde e eles repercutem-se na má saúde mental dos portugueses. Esses demónios poderiam ser expurgados. Para se transformarem em deuses, como são os nossos médicos, que criam programas de humanização, em ambiente hospitalar, tal o afogamento das almas perdidas — num purgatório de inferno — pior que o Auto de Gil Vicente.

Se não fossem eles a olhar pelos mortais comuns, como nós somos, viveríamos os maiores anos de amargura. É que a falsa deusa, que nem é de medicina, e menos de saúde, está focada com a propaganda que a há-de conduzir à tortura de um purgatório. Ora, sendo de esquerda, como se autopromove, talvez a sua esquerda caviar mais oriunda de ambiente provincial a faça um dia cair num ciclo de necessidade e de apoio para a saúde hiperegóica e, logicamente, mental.

Os deuses não estão loucos, e expurgam os demónios com as mãos e mentes sábias de gentes da medicina e, sobretudo, os falsos demónios, cobertos de capa de deusa angelical. O longo caminho para a liberdade na escolha da melhor saúde e da sua promoção deve ser determinada e o decreto que isso prova, prova também que alguém — de 2018 a esta parte — anda a brincar com o povo português.

Aqui, em Longroiva, a Senhora D. Natália, para ir a uma consulta de saúde mental, tem que pagar o seu táxi. Vive com um marido que sofreu dois AVC. Que mal pode caminhar. E ela, com a sua osteoporose, pouco ou nada pode fazer. Mas que conta isso para a Marta. Ela afinal, não sendo, é a nova “deusa na medicina”, mas desamada pela classe.

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