Presidente da Autoridade Palestiniana demite todos os assessores

A Autoridade Palestiniana atravessa uma grave crise orçamental depois de Israel ter congelado verbas e de os EUA terem feito o mesmo.

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Abbas já tinha reduzido salários devido à falta de dinheiro da Autoridade Palestiniana MOHAMAD TOROKMAN/Reuters

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, demitiu todos os seus assessores, anunciou esta segunda-feira o seu gabinete sem dar mais pormenores. Analistas atribuíram a decisão às dificuldades orçamentais do governo palestiniano.

Responsáveis palestinianos disseram à agência AFP que Abbas tomou a decisão de demitir os conselheiros depois de ter recebido as conclusões de um relatório pedido em Junho sobre os salários e subsídios pagos aos ministros, antigos ministros e assessores.

“O presidente Abbas quer reduzir as despesas do seu gabinete com medidas de austeridade para enfrentar a actual crise orçamental”, confirmou à AFP Jihad Harb, analista político.

A Autoridade Palestiniana atravessa uma grave crise orçamental desde que Fevereiro Israel congelou 500 milhões de shekels (122 milhões de euros) do montante total entregue ao governo palestiniano de impostos ou taxas alfandegárias sobre os produtos importados que o Estado judaico recolhe.

Aquela soma corresponde, segundo Israel, ao valor dos subsídios que a Autoridade Palestiniana entrega às famílias de palestinianos detidos ou mortos por terem realizado ataques contra israelitas.

Mahmoud Abbas anunciou então que recusaria receber as taxas alfandegárias que Israel lhe deve entregar se uma parte fosse congelada.

Os impostos e taxas entregues por Israel representam 65% das receitas da Autoridade Palestiniana.

Nos últimos meses, a Autoridade Palestiniana reduziu para metade os salários da maioria das suas dezenas de milhares de funcionários.

Além disto, o governo norte-americano cortou em Agosto de 2018 mais de 200 milhões de dólares (180 milhões de euros) de apoios aos palestinianos, depois de Abbas ter suspendido as relações com Washington em protesto pelo reconhecimento norte-americano de Jerusalém como capital de Israel.

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