Israel ameaça deduzir da receita fiscal palestiniana as indemnizações pagas a atacantes de israelitas

No início do ano, os EUA ameaçaram reduzir drasticamente a ajuda à Autoridade Palestiniana se este tipo de compensações continuar.

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ABED AL HASHLAMOUN/EPA

Israel cortará na receita fiscal que transfere para a Autoridade Palestiniana se esta decidir pagar à família do homem que matou um americano de origem israelita, disse na sexta-feira o Ministro das Finanças, Moshe Kahlon.

Kahlon disse que deu ordens para que qualquer quantia paga à família do atacante seja deduzida da verba que recebe em nome da Autoridade Palestiniana e que volta a transferir, de acordo com tratados de paz.

“Examinarei que outras medidas podem ser tomadas para limitar a actividade económica da família do terrorista”, publicou no Twitter.

Ari Fuld, nascido nos EUA, foi esfaqueado num centro comercial em Etzion, uma zona a Sul de Jerusalém onde existem vários colonatos judeus. O seu atacante, Khalil Youssef Jabarin, de 17 anos e da Cisjordânia, foi alvejado no local e está sob custódia israelita.

Ainda não foi acordado se Jabarin e a sua família irão receber algum tipo de compensação, segundo uma fonte palestiniana.

Israel já reteve fundos anteriormente e em Julho aprovou uma lei para penalizar financeiramente a Autoridade Palestiniana pelas indemnizações pagas a palestinianos presos por Israel, às suas famílias e às famílias de pessoas mortas por forças israelitas.

Israel diz que tais indemnizações são um prémio e um encorajamento a actos contra Israel. A Autoridade Palestiniana diz que são apenas prestações sociais que ajudam a sustentar os presos e as suas famílias.

A Autoridade Palestiniana, que tem autonomia limitada na Cisjordânia, onde Israel detém o controlo da segurança, paga subsídios que começam nos 1400 shekels (392 dólares) se um prisioneiro tiver ficado preso durante três meses. A quantia difere dependendo do tempo da sentença.

No início do ano, legisladores dos Estados Unidos aprovaram legislação para reduzir drasticamente os 300 milhões de dólares que a Autoridade Palestiniana recebe em ajudas dos EUA, a não ser que a mesma tome medidas para parar de entregar estes subsídios que os legisladores descreveram como pagamentos que premeiam a criminalidade violenta.

Tradução de Ana SIlva

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