Memória

A pergunta que devemos fazer é que tipo de relação honesta e historicamente rigorosa devem as democracias ter com a memória individual e coletiva para assim melhor poderem construir o seu — o nosso — futuro.

Uma das seduções que o reducionismo oferece a quem se dispõe a olhar para a nossa crise política global é a de se poder reclamar das pessoas e das suas manias incompreensíveis e proclamar que se elas votassem de acordo com os seus interesses económicos, a racionalidade, a consciência de classe e por aí afora — o mal-estar atual desapareceria. Ouvimos este queixume frequentemente, da boca de gente muito diferente, sejam eles liberais ou marxistas: se ao menos as pessoas se deixassem de discutir identidades, ou o politicamente correto, ou as batalhas culturais, ou as polémicas do momento nas redes sociais, e “voltassem” à crença no mercado livre, ou na luta de classes, ou a qualquer outro critério redutor preferido do autor das queixas, como tudo seria mais simples!

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