Deputada expulsa por levar a filha para o Parlamento queniano

Zulekha Hassan tentou participar no debate do plenário com a filha de cinco meses nos braços, mas foi impedida. Houve quem lhe chamasse “má conduta grosseira” e quem saísse por solidariedade.

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Zulekja Hassan, de vermelho, à porta do Parlamento queniano DR

A deputada Zulekha Hassan foi expulsa do plenário da Assembleia Nacional queniana por tentar participar nos trabalhos com a filha de cinco meses ao colo. A representante das mulheres de Kwale, no sul do Quénia, justificou-se com o facto de não ter com quem deixar a bebé, mas tal não demoveu o presidente do Parlamento que, depois de 15 minutos de suspensão do funcionamento, ordenou ao sargento-de-armas que a escoltasse para fora do plenário.

“Tentei por todos os meios não trazer o bebé, mas hoje tive uma emergência. Que poderia eu fazer? Se o Parlamento tivesse um berçário ou uma creche, poderia lá ter deixado a minha filha”, explicou a deputada aos jornalistas, já no exterior do plenário.

“Agora que há mais mulheres no Parlamento, é preciso arranjar uma atmosfera adequada para famílias”, acrescentou Zulekha Hassan que ocupa um dos 47 lugares criados para mulheres nesta legislatura, um por cada município, decisão destinada a aumentar a presença feminina no poder legislativo.

A questão dividiu tanto os representantes como os representados. O deputado Aden Dude considerou que a atitude de Hassan merece uma “má conduta grosseira”, por ser preciso, no seu entender, “proteger a dignidade da câmara”. Samuel Atandi, outro deputado, mostrou a sua discordância abandonando o hemiciclo com Zulekha Hassan.

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Zulekha Hassan no Parlamento com a bebé ao colo DR

“Se uma deputada está a amamentar, no melhor interesse da criança esta não pode ser separada dela no decurso do seu trabalho na Assembleia”, disse por seu lado Peter Kaluma.

A Parlamento queniano aprovou em Março uma lei que obriga as empresas a criarem espaços para as empregadas poderem amamentar os seus filhos.

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