CDS acusa PS de se considerar “dono do Estado” e exige explicações de Costa

Deputada e vice-presidente do CDS, Cecília Meireles acusa o primeiro-ministro de estar a transformar um assunto político numa questão legal e desafia-o a “parar de se esconder” e a vir explicar-se aos portugueses.

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LUSA/FERNANDO VELUDO

Os casos da contratação de empresas de familiares de ministros para fornecimento de bens e serviços a entidades estatais são a prova de que “o PS está convencido que é dono do Estado” e por isso o CDS-PP exige que o primeiro-ministro “pare de se esconder e venha dar uma explicação ao país rapidamente”.

A exigência foi feita nesta quarta-feira à tarde pela centrista Cecília Meireles, no Parlamento. “Durante o dia de hoje assistimos a uma tentativa verdadeiramente lamentável da parte do Governo de tentar transformar um problema que é sobretudo político num problema jurídico”, afirmou a deputada aos jornalistas.

“Esperamos que o primeiro-ministro pare de se esconder atrás de pedidos de pareceres jurídicos, pare de se esconder atrás dos seus ministros ou dos adjuntos, e que venha dar uma explicação ao país. E que de uma vez para sempre ponha cobro a esta prática do PS que acha que é dono do Estado. O PS não é dono do Estado nem do Governo; o Estado é de todos os portugueses e de todos nós.”

Cecília Meireles vincou que os casos polémicos sobre abusos se têm acentuado neste último ano da legislatura mas traduzem um “padrão de comportamento do PS na máquina” do Estado. "Primeiro foram nomeações em barda de familiares para cargos governamentais e do Estado, e agora começamos a ver contratações em série de familiares de membros do Governo ou de empresas detidas por familiares de membros do Governo. E não estamos a falar de um caso, dois ou três, estamos a falar de mais. E se um ou dois poderiam ser coincidência, esta quantidade é com certeza um padrão e quer dizer isto: o PS acha que é dono do Estado.”

A deputada realçou que o CDS tem legitimidade para reclamar porque foi o "único partido que votou contra” a alteração da lei das incompatibilidades, votada a 7 de Junho. O partido considerou que a abertura que as novas regras representam “poderia pôr em causa a transparência e o combate ao nepotismo”. 

Mas apesar de insistir na ideia de que este é “muito mais um problema político” do que jurídico e que se deve à filosofia de “ocupação da máquina do Estado pelo PS”, quando questionada sobre se os ministros em causa se deveriam demitir a deputada fugiu à resposta. “Mais do que discutir qual a sanção jurídica prevista ou não na lei, há um problema que não se resolve nem com dez nem com cem leis. Resolve-se com o PS a parar de se apropriar da maquina do Estado e o primeiro-ministro a dar explicações”, limitou-se a afirmar.

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