Costa e Rio enfrentam-se a 16 de Setembro e haverá debates com todos os grandes na RTP, SIC e TVI

Televisões de sinal aberto só vão transmitir debates que envolvem Costa e Rio com os líderes dos partidos com assento parlamentar. Canais remetem para o cabo debates entre os partidos sem representação na Assembleia da República.

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Miguel Manso

O modelo dos debates televisivos para as eleições legislativas está praticamente fechado entre a RTP, SIC e TVI, e inclui um frente-a-frente entre António Costa e Rui Rio no dia 16 de Setembro transmitido em simultâneo pelos três canais, que terá a duração de cerca de uma hora. Tal como em 2015, os dirigentes do PS e do PSD vão também ter um debate na rádio, com jornalistas da Antena 1, Renascença e TSF no dia 23 de Setembro, que depois será transmitido na RTP.

As televisões repetem assim a estratégia inédita usada há quatro anos para os líderes dos dois principais partidos, então António Costa e Pedro Passos Coelho, cujo debate, seguido por um total de 3,5 milhões de espectadores teve como moderadores um jornalista de cada canal e foi emitido tanto nos canais de sinal aberto como nos de informação (RTP3, SIC Notícias e TVI24).

Os restantes debates a dois em que participem o secretário-geral do PS e actual primeiro-ministro, António Costa, ou o presidente do PSD, Rui Rio, serão igualmente transmitidos em sinal aberto, e estão já distribuídos entre os três canais. Serão, no total, oito frente-a-frente, emitidos entre os dias 3 e 15 de Setembro, ainda antes do arranque oficial da campanha eleitoral, a 22 de Setembro.

Todos os duelos começarão à mesma hora, cerca das 21h, e durarão cerca de 30 a 35 minutos. Não haverá sobreposição nas transmissões. Ou seja, no dia em que, por exemplo, a SIC emitir um frente-a-frente, as outras duas televisões não terão nenhum debate. Para já, apenas a RTP pretende retransmitir todos os debates das suas concorrentes, mas fá-lo-á na RTP3.

O modelo está em negociação entre as três televisões e os seis partidos (o PCP assume a discussão em nome da CDU, a coligação em que concorre com o PEV) já desde antes das europeias e encontra-se quase fechado. Falta apenas ultrapassar alguma resistência do PCP que pretendia um debate a seis transmitido pelas três televisões - mas estas recusam por considerarem que seriam demasiadas vozes à mesma mesa e que o saldo informativo que dali sairia para os eleitores não era positivo.

Mas, ao contrário das televisões, as três rádios vão fazer um debate com os seis partidos no dia 18 de Setembro.

Esta estratégia dos três canais de televisão é muito parecida com a seguida nas europeias de Maio e é a fórmula que as televisões de sinal aberto consideram que melhor consegue conciliar o princípio do tratamento equitativo das várias candidaturas com os critérios editoriais que cabem aos órgãos de comunicação social definir no âmbito da liberdade de imprensa. Mais do que os resultados de sondagens ou de eleições anteriores, valoriza-se o critério objectivo da presença na Assembleia da República, justificou ao PÚBLICO fonte de uma televisão.

Para além deste pacote comum de debates entre os seis partidos, cada televisão poderá depois escolher como pretende tratar os restantes partidos - se com entrevistas, reportagens com os cabeças de lista ou líderes partidários, ou debates entre dois ou mais. Numa altura em que ainda nem se sabe quais os partidos e coligações que irão participar nas eleições - o Tribunal Constitucional só anuncia a lista a um mês das eleições -, os canais também ainda não definiram como será essa sua abordagem.

Apesar de consensualizado entre as televisões e os partidos com assento parlamentar, é se esperar que os restantes partidos se queixem do tratamento discriminatório deste modelo de debates, como aconteceu nas europeias com, pelo menos, o Livre e a Aliança.

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