Lisboa: Incêndio em Carnide obriga a evacuar infantário e à retirada de 20 pessoas

Incêndio já foi circunscrito. Foram mobilizados para o local 61 operacionais, apoiados por 18 viaturas, tanto dos bombeiros como da PSP.

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Um incêndio em Carnide, Lisboa, deflagrou na tarde desta quinta-feira na Azinhaga das Freiras, obrigando à retirada de cerca de 20 pessoas das suas casas próximas àquele terreno. O regime de sapadores confirmou ao PÚBLICO a evacuação de um infantário nas imediações do incêndio. O fogo, circunscrito por volta das 16h15, deflagrou numa quinta onde, segundo os moradores contactados pela Lusa, estão vários animais, como burros e cavalos. 

O alerta para o fogo foi dado às 14h17, segundo informações da Câmara de Lisboa. De acordo com a página da Internet da Protecção Civil, foram mobilizados para o local 61 operacionais, apoiados por 18 viaturas. No local, a Lusa constatou que os bombeiros, além de combaterem as chamas, encontram-se também a projectar água para os edifícios habitacionais próximos, bem como para o Teatro de Carnide. 

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O vereador da Protecção Civil de Lisboa, Carlos Castro, afirmou, já na fase de rescaldo, que a prioridade das autoridades foi garantir a segurança da população e não “investigar as causas do incêndio”. “A nossa preocupação, neste momento, não é investigar se devia ou não estar limpo [terrenos]. A circunstância com que nos deparamos é aquela. Temos um fogo, temos de salvar as pessoas e combater o fogo e foi isso que fizemos”, afirmou o autarca lisboeta.

Carlos Castro respondia desta forma aos jornalistas, no local, quando questionado sobre os avisos que a Câmara Municipal de Lisboa fez aos moradores para limparem os seus terrenos.

O vereador da Protecção Civil garantiu que assim que foi recebido o alerta, pelas 14h17, foram “rapidamente” envolvidos todos os meios de socorro, nomeadamente os bombeiros sapadores, os bombeiros voluntários da cidade de Lisboa e elementos da polícia municipal e da PSP. “Rapidamente começaram a estabelecer um perímetro de segurança, para que os bombeiros pudessem operar com toda a segurança”, explicou.

Questionado sobre o número de pessoas que foram retiradas, Carlos Castro não soube precisar o número exacto, mas adiantou que apenas uma moradora teve de ser transportada para o hospital de Santa Maria, “por precaução”. Um idoso, em cadeira de rodas, foi também transportado para a Junta de Freguesia de Carnide, assim como alguns animais.

O autarca disse, ainda, que “o vento foi uma dificuldade adicional”: “O facto de estar também numa zona seca também contribuiu para que o fogo alastrasse, mas rapidamente, com a chegada de meios ao local, nós tivemos a capacidade de, em pouco mais de uma hora, controlar”.

Local de incêndio na freguesia lisboeta de Carnide tem projecto de requalificação

O presidente da Junta de Carnide, Fábio Sousa, explicou que o incêndio que deflagrou ao início da tarde aconteceu em terrenos privados abandonados, para onde está prevista uma requalificação no âmbito do Orçamento Participativo. Fábio Sousa (CDU) fazia um balanço do incêndio aos jornalistas, em Carnide.

“Existia um projecto de requalificação para estes terrenos, nomeadamente com orçamentos participativos ganhos pela população em 2014, que ainda não foram concretizados”, realçou o autarca, indicando que “há negociações entre os proprietários e Câmara Municipal de Lisboa que se arrastam há diversos anos, que não chegaram a bom porto”.

De acordo com o presidente da junta, os terrenos iriam servir para construção de dois parques de estacionamento, considerando que são áreas abandonadas. “Estes terrenos estão ao abandono, o estacionamento é caótico”, salientou.

O autarca reiterou ainda que todos os anos há problemas do género, pedindo à Câmara de Lisboa para que notifique os proprietários dos terrenos ou que implemente os projectos do Orçamento Participativo. Para o presidente da junta, estas situações prejudica a vida das populações diariamente.

“Aquilo a que assistimos é um perigo constante e diário, que temos alertado constantemente, e nada é feito para o cumprimento de orçamentos participativos que foram ganhos pela população”, concluiu.

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