Festival Trojan Horse lança concurso para futuros artistas digitais portugueses

Talent League Portugal junta-se a três conferências pelo país, já em Setembro, sobre “a carreira impossível”: trabalhar na área do cinema, animação e jogos. Festival português continuará a realizar-se em Malta.

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Participantes na edição de 2015 miguel madeira

Ainda não é desta que o festival português Trojan Horse Was a Unicorn vai voltar ao país, mas uniu-se ao Ministério da Cultura e à Universidade Nova de Lisboa para um concurso para futuros artistas digitais em Portugal e conferências pelo país. O Talent League Portugal foi lançado esta terça-feira com a assinatura de um protocolo entre as entidades para “encontrar e promover o talento local”, nas palavras do fundador do THU, André Lourenço.

O evento de entretenimento digital nasceu em Tróia em 2013 e ali se realizou até que em 2018 se mudou para Malta após anos de alertas de que a dimensão da estrutura e a falta de apoios locais não lhe permitiria continuar em Portugal. Ao longo desses anos, o festival que reúne dezenas de oradores das mais importantes empresas e estúdios de artes digitais, efeitos visuais, BD ou televisão e cinema trouxe a Portugal e ao seu público internacional realizadores como Brenda Chapman (Brave) e concept artists como Syd Mead. O seu fundador, André Lourenço, já em 2015 falava ao PÚBLICO da falta de qualidade das escolas da área em Portugal e de como o potencial de associação entre o país e esta indústria valiosa estava a ser desperdiçado.

Agora, no dia em que foi assinado o protocolo na Casa do Impacto, em Lisboa, o THU volta a Portugal nessa faceta: a formação e o acesso. Por um lado lança “um desafio nacional”, como diz o Ministério da Cultura em comunicado, para jovens entre os 18 e os 25 anos que queiram concorrer (até 5 de Agosto) com o envio de uma obra de arte digital que lhes pode dar quatro bilhetes para assistir à edição deste ano do THU em La Valetta. O concurso destina-se a estudantes de todas as áreas que devem responder a um tema lançado pela organização e ser depois avaliados por um júri de artistas consagrados, diz o THU.

Por outro, serão organizadas três conferências – em Lisboa (9 de Setembro), Porto (11 de Setembro) e Braga (13 de Setembro) – para reflectir e aprender sobre a indústria. As conferências debruçam-se sobre o tema “Construir a carreira ‘impossível’: guia prático da área da animação, jogos e efeitos visuais”.

“Trabalhar na área do cinema, animação e jogos ainda é uma opção que a maioria dos jovens não considera possível, mesmo que para muitos seja um sonho. O nosso objectivo é trazer o conhecimento do mercado internacional que o THU nos permitiu obter nos últimos seis anos, partilhá-lo de forma a dar um contributo positivo à comunidade e ajudar novos talentos a vingar na indústria”, diz o fundador em comunicado. Para a tutela da Cultura, o protocolo visa “estimular a criação artística no domínio digital, dar visibilidade e novas oportunidades a estudantes e jovens artistas, estimulando o interesse e o acesso à formação nesta área”.

O THU de 2019 decorre de 23 a 28 Setembro na capital maltesa. Estão já confirmados nomes como Vicki Dobbs Beck, do departamento de storytelling imersivo e virtual da Industrial Light and Magic fundada por George Lucas, ou a ilustradora japonesa Yuko Shimizu. Além de um encontro para conferências, workshops e tutoriais, o THU desenvolve uma feira de emprego em que este ano estarão presentes a Disney, Lego ou Netflix.

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