EUA responsabilizam Irão por explosões em petroleiros no Golfo de Omã

Chefe da diplomacia norte-americana diz que nenhum outro actor na região tem capacidade para lançar ataques semelhantes. Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne de emergência.

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O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo JIM LO SCALZO/LUSA

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, responsabilizou esta quinta-feira o Irão por “ataques injustificados” contra dois petroleiros que navegavam no Golfo de Omã.

Pompeo fundamenta a acusação em informações recolhidas pelos Estados Unidos sobre “as armas usadas, o nível de conhecimento necessário para executar a operação" e aponta "ataques recentes semelhantes a navios perpetrados pelo Irão, e o facto de que nenhum outro grupo próximo a operar na área tem os recursos e a capacidade para agir com tamanho grau de sofisticação”.

“Este é apenas o último de uma série de ataques perpetrados pela República Islâmica do Irão e representantes contra os interesses dos americanos e seus aliados”, acrescentou.

Pompeo afirmou ainda que “estes ataques injustificados apresentam uma clara ameaça à paz e segurança internacionais, um assalto flagrante à liberdade de navegação e uma campanha inaceitável de crescente tensão por parte do Irão”.

No entanto, Teerão nega qualquer envolvimento nos incidentes desta quinta-feira. Um alto oficial iraniano garante à estação britânica BBC que “o Irão não teve qualquer ligação” com as explosões num petroleiro norueguês e noutro japonês.

As explosões em dois petroleiros que navegavam no Golfo de Omã obrigaram à evacuação das embarcações e ocorreram um mês depois de outros quatro navios terem sido atacados no Golfo Pérsico. Os incidentes junto ao importante e estratégico Estreito de Ormuz provocaram a subida imediata do preço do barril de petróleo, em 4%, colocando-o nos 62 dólares (cerca de 55 euros).

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, “condenou firmemente qualquer ataque contra embarcações civis” e exigiu o “apuramento de responsabilidades”. Na noite de quinta para sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU vai reunir à porta fechada para debater a nova escalada de tensão entre EUA e Irão.

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