Salários da contratação colectiva sobem acima da inflação há três anos

O aumento médio real dos salários (descontando a inflação) foi de 2% em 2018, mostra um relatório do Centro de Relações Laborais.

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Construção tem o salário médio mais baixo, enquanto as actividades financeiras o mais elevado Inês Fernandes

Os salários negociados na contratação colectiva registaram aumentos superiores à inflação em 2018, pelo terceiro ano consecutivo, revela o relatório anual do Centro de Relações Laborais (CRL) que é apresentado nesta terça-feira, em Lisboa.

De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, o aumento médio real dos salários (descontando a inflação) acordado na negociação colectiva no ano passado foi de 2%, após ter atingido 1,8% em 2017 e 0,6% em 2016.

Já a variação nominal média salarial (incluindo a inflação) para o total das convenções colectivas foi de 3,3% em 2018, depois de 2,6% em 2017 e de 1,5% em 2016.

“A variação salarial nominal, face ao ano anterior, continuou a subida iniciada em 2016, verificando-se também que a variação salarial real foi positiva pelo terceiro ano consecutivo”, lê-se no relatório que será apresentado numa cerimónia com a presença do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.

O relatório detalha ainda a remuneração convencional média por sector, verificando-se o valor mais elevado, de 1254 euros, nas actividades financeiras e de seguros, e o mais baixo, de 623,36 euros, na construção.

Os dados gerais da contratação colectiva mostram ainda que, em 2018, registaram-se 220 convenções, contra 208 em 2017, tal como o Governo já tinha avançado. O número de trabalhadores potencialmente abrangidos no ano passado foi de 900.382, contra 820.883 em 2017.

O aumento do número de convenções publicadas “deve-se à subida significativa do número de primeiras convenções (quase duplicaram), acompanhada de pequeno aumento de revisões globais, assistindo-se ao ligeiro decréscimo do número de revisões parciais”, avança o CRL. As primeiras convenções representam 18,63% do total, as revisões globais 20,45% e as revisões parciais 60,9%.

O relatório dá ainda conta de um crescimento do número de convenções colectivas no sector público empresarial (SPE), incluindo as empresas do Estado e as da administração local, onde o número de empresas abrangidas subiu de 16 em 2017 para 79 em 2018.

“Em síntese, poderá dizer-se que em 2018 se fecha um ciclo de limitações à contratação colectiva do SPE, motivadas pelo contexto de restrição financeira ocorrida a partir de 2011”, conclui-se no documento.

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