No ano do seu centenário, Sophia de Mello Breyner Andresen tornou-se nome de biografia, graças aos ofícios da jornalista Isabel Nery (e da editora A Esfera dos Livros). A biografia de escritores e figuras da cultura nunca foi um género muito cultivado por estes lados, mas anuncia-se agora uma vaga de vidas escritas por outrem que repõe a lógica editorial nos caminhos que os mapas actuais sinalizam. Esta circunstância fez-me recordar que a decepção foi a experiência que obtive da maior parte das biografias que li, ou que abandonei a meio, de maneira que aprendi que não há outro género tão permeável à fraude. E depois de ter lido um texto ensaístico de Siegfried Kracauer, de 1930, que tinha por título A biografia como forma de arte da nova burguesia nunca mais consegui ler nenhuma em sossego (deliciosa contradição: pacificou-me uma biografia do próprio Kracauer, feita pelo historiador italiano Enzo Traverso).
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